Amigo, não tenha quêxa,            Veja que e...

    Amigo, não tenha quêxa,            Veja que eu tenho razão         Em lhe dizê que não mêxa    Nas coisa do meu sertão.      Poi...

INEP - Português - 2018 - Exame - Linguagens, Artes, Educação Física, História e Geografia - Ensino Fundamental

    Amigo, não tenha quêxa,           

 Veja que eu tenho razão         

Em lhe dizê que não mêxa    

Nas coisa do meu sertão.      

Pois, se não sabe o colega   

De quá manêra se pega       

Num ferro pra trabaiá,          

Por favô, não mêxa aqui,     

   Que eu também não mêxo aí, 

Cante lá que eu canto cá.    


Repare que a minha vida     

É deferente da sua.             

A sua rima pulida                 

Nasceu no salão da rua.       

 Já eu sou bem deferente,      

Meu verso é como a simente

  Que nasce inriba do chão;      

Não tenho estudo nem arte, 

  A minha rima faz parte           

Das obra da criação.             

PATATIVA DO ASSARÉ. Cante lá que eu canto cá. Petrópolis: Vozes, 1992 (fragmento).

O registro de palavras do texto demarca a identidade do povo sertanejo. Nesse contexto, as variações linguísticas utilizadas são frutos de fatores sociais que podem desencadear preconceito, como é evidenciado nos versos:

A) “Já eu sou bem deferente,/ Meu verso é como a simente / Que nasce inriba do chão”.

B) “Amigo, não tenha quêxa,/ Veja que eu tenho razão/ Em lhe dizê que não mêxa / Nas coisa do meu sertão”.

C) “Não tenho estudo nem arte,/ A minha rima faz parte/ Das obra da criação”.

D) “Por favô, não mêxa aqui,/ Que eu também não mêxo aí,/ Cante lá que eu canto cá ”.

A B C D E

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