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A) a eleição da norma padrão e da linguagem culta. B) a escolha de um vocabulário fora do trivial. C) a opção por palavras semanticamente afins. D) a di...

Cepros - Português - 2019 - Prova de Medicina-2020.1- 1° DIA

A arte de escrever

1. Há, portanto, uma arte de escrever, que é a produção de um texto escrito. Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas vezes, uma preparação preliminar adequada.

2. A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da fala cotidiana, de cujos elementos parte, em princípio. O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade de uma boa composição, isto é, uma distribuição metódica e compreensiva de ideias.

3. Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem se não sabe bem sobre o que vai escrever. Justamente por causa disso, as condições para a escrita de um texto, no exercício da vida profissional ou no intercâmbio social amplo, são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a importância que há em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tiram da redação escolar o caráter negativo de mero exercício formal.

4. Qualquer um de nós, senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um dom inato, especial, para escrever, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação especial, que o esforço e a prática continuada e persistente vencem.

5. Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consubstancia a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo. [...]

6. A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido. Depende muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do que outros, com bons resultados, escreveram.

CAMARA, J. Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. Petrópolis, Vozes, 1983. Adaptado.
O autor do Texto 2 tenta desmistificar um mito que paira no cotidiano de algumas pessoas. A superação desse mito leva a admitir como inaceitável a crença de que

A) a oralidade e a escrita são processos totalmente antagônicos e distintos, sem mútua influência ou reciprocidade.

B) a capacidade para escrever, inclusivamente, peças literárias, constitui um dom inato e dispensa a prática cotidiana e persistente.

C) a fala é mais fácil que a escrita, porque dispensa o cuidado com o planejamento e a distribuição metódica das ideias.

D) a oralidade isenta quem está com a palavra de eleger um determinado objetivo para o que vai dizer em seu texto.

E) a produção de um texto escrito independe da prática da autocrítica e da observação cuidadosa do que outros, em outras épocas, escreveram.

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