ASSISTE AO ENTERRO DE UM TRABALHADOR DE EITO E OUVE O QUE DI...

ASSISTE AO ENTERRO DE UM TRABALHADOR DE EITO E OUVE O QUE DIZEM DO MORTO OS AMIGOS QUE O LEVARAM AO CEMITÉRIO — Essa cova em que estás, com palmos medida, ?...

UFU-MG - Literatura - 2019 - Vestibular - 1º Dia

ASSISTE AO ENTERRO DE UM TRABALHADOR DE EITO E OUVE O QUE DIZEM DO MORTO OS AMIGOS QUE O LEVARAM AO CEMITÉRIO

— Essa cova em que estás,
com palmos medida,
é a conta menor que tiraste em vida.
— É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe deste latifúndio.
— Não é cova grande,
é cova medida,
é a terra que querias ver dividida.
— É uma cova grande
para teu pouco defunto,
mas estarás mais ancho
que estavas no mundo.
— É uma cova grande
para teu defunto parco,
porém mais que no mundo
te sentirás largo.
— É uma cova grande
para tua carne pouca,
mas a terra dada
não se abre a boca.

MELO NETO, João Cabral de. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. p.159-160.
A partir do trecho acima, de Morte e vida Severina, e de seu conhecimento sobre a obra, assinale a alternativa correta.

A) Como grande parte dos poetas do Modernismo, João Cabral de Melo Neto abdica totalmente da rima em seu texto.

B) Conhecido como o “poeta-engenheiro”, João Cabral de Melo Neto arquiteta todo o seu poema em redondilhas maiores, ou seja, com sete sílabas poéticas.

C) O trecho aborda, a partir dos comentários dos amigos do trabalhador morto, temas sociais amplos, como a desigualdade na distribuição de terras e a fome.

D) No trecho, ambientado no enterro do personagem-narrador Severino, questiona-se a falência da reforma agrária no nordeste, na época marcada pela presença dos latifúndios.

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