Carlos Drummond de Andrade.Claro Enigma.UlissesO mito é o n...

Carlos Drummond de Andrade.Claro Enigma.UlissesO mito é o nada que é tudo.O mesmo sol que abre os céusÉ um mito brilhante e mudo ‐ O corpo morto de Deus,...

FUVEST - Português - 2018 - Vestibular - Primeira Fase

Carlos Drummond de Andrade.

Claro Enigma.


Ulisses


O mito é o nada que é tudo.

O mesmo sol que abre os céus

É um mito brilhante e mudo ‐ 

O corpo morto de Deus,

Vivo e desnudo.


Este, que aqui aportou,

Foi por não ser existindo.

Sem existir nos bastou.

Por não ter vindo foi vindo

E nos criou.


Assim a lenda se escorre

A entrar na realidade,

E a fecundá‐la decorre.

Em baixo, a vida, metade

De nada, morre.


Fernando Pessoa. Mensagem


*conversa íntima entre casais.

O oxímoro é uma “figura em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir‐se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam a expressão” (HOUAISS, 2001). No poema “Sonetilho do falso Fernando Pessoa”, o emprego dessa figura de linguagem ocorre em:

A) “Onde morri, existo” (L. 2).

B) “E das peles que visto / muitas há que não vi” (L. 3‐4).

C) “Desisto / de tudo quanto é misto / e que odiei ou senti” (L. 6‐8).

D) “à deusa que se ri / deste nosso oaristo” (L. 10‐11).

E) “mas não sou eu, nem isto” (L. 14).

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