“Dizem os índios da aldeia da Ibiapaba... que por eles serem muitos, e cada vez se lhes agregam mais tapuias, que já hoje passam de quatrocentos, e por con...
“Dizem os índios da aldeia da Ibiapaba... que por eles serem muitos, e cada vez se lhes agregam mais tapuias, que já hoje passam de quatrocentos, e por constarem as terras que lhes foram demarcadas de muitas penedias, e quebradas inúteis, e as poucas que eram capazes de plantas já estarem cansadas, não acham já a onde possam plantar... de que nasce haver na aldeia uma contínua fome, e se não fora a caridade de seus missionários de cem viúvas desamparadas, e muitos meninos órgãos estranhos em serviço dos moradores, morriam de fome: de que como eles suplicantes não têm mantimentos para si, não poder om eles remediar a outros.” (solicitação de Carta de Sesmaria – Documento do Conselho Ultramarino, 12 de out. 1720, APUD PINHEIRO, Francisco José. Mundos em confronto: povos nativos e europeus na disputa pelo território. IN: SOUZA, Simone (org.). Uma nova história do Ceará. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2000, p. 24).
Considerando o texto acima, assinale a alternativa correta sobre o processo inicial de invasão europeia e os conflitos gerados no território hoje denominado de Ceará.
A) A terra, para os povos indígenas, não era vista como um meio de produção na perspectiva mercantil, ao contrário, deveria ser um espaço da liberdade e de possiblidade de viver sem serem constrangidos pelo branco colonizador;
B) Os lusos-brasileiros justificavam o uso das terras pelas necessidades coletivas sem preocupação com o lucro, referenciando os pedidos de sesmarias na ancestralidade de presença territorial;
C) Para os povos indígenas, o que assegurava a posse da terra era ela estar devoluta e torná-la produtiva para a possibilitar lucros à Fazenda Real, na perspectiva mercantil;
D) Os conquistadores, tanto colonos como missionários, procuravam pelos mais diversos meios se aliar aos povos indígenas, para tanto se submetiam aos modos de vida dos nativos;
E) Para os povos indígenas, a terra era fundamentalmente um meio de produzir mercadorias; enquanto que, para os europeus, o território era fator de indispensável à sua integridade física e sociocultural;
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