Hobbes, mesmo que profundamente interessado na história, tendo traduzido para o inglês a História da guerra do Peloponeso, de Tulcídides, e tendo escrito u...
Hobbes, mesmo que profundamente interessado na história, tendo traduzido para o inglês a História da guerra do Peloponeso, de Tulcídides, e tendo escrito uma história da guerra civil inglesa no Behemoth, não pensa que se possa retirar dela o conhecimento da política, muito menos que a política tenha uma natureza histórica. Ele pretende fazer da política uma ciência racional e do corpo político um construto da razão, o que quer dizer que tanto o conhecimento quanto a ação política dependem da percepção de certas relações necessárias e universais entre as ideias, pois é nisso o que consiste a razão, segundo o modelo matemático a partir do qual foi pensada nos quadros do racionalismo cartesiano, com o qual a filosofia de Hobbes manteve estreitas relações. A história não oferece senão relações contingentes e particulares. Dela se podem retirar apenas conjecturas, não uma ciência, que vem a ser um discurso em que se encadeiam proposições segundo relações necessárias.
LIMONGI, M.I. “Os contratualistas”. Em: FRATESCHI, Y; MELO, R; RAMOS, F.C (Orgs.). Manual de Filosofia Política. São Paulo: Saraiva, 2012.
Thomas Hobbes (1588-1679) foi o pensador fundador da ciência política moderna porque rompeu com a tradição greco-romana clássica.
Considerando seus conhecimentos sobre o tema e o texto base, conclui-se que:
A) A ciência política é conhecimento das relações universais e necessárias das ações humanas;
B) A matemática e a geometria são as ciências próprias da política, não a história;
C) O corpo político é possível graças à ciência política;
D) O racionalismo cartesiano foi o primeiro a pensar o corpo político como construto da razão;
E) Os assuntos contingentes e particulares não pertencem à política.
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