O Lavrador         Esse homem deve ser de minha idad...

O Lavrador         Esse homem deve ser de minha idade – mas sabe muito mais coisas. Era colono em terras mais altas, se aborreceu com o fazendeiro, ch...

INEP - Português - 2018 - Exame - Linguagens, Artes, Educação Física, História e Geografia - Ensino Fundamental

O Lavrador

    

    Esse homem deve ser de minha idade – mas sabe muito mais coisas. Era colono em terras mais altas, se aborreceu com o fazendeiro, chegou aqui ao Rio Doce quando ainda se podia requerer duas colônias de cinco alqueires “na beira da água grande” quase de graça. Brocou a mata com a foice, depois derrubou, queimou, plantou seu café.

    Explica-me: “Eu trabalho sozinho, mais o menino meu.” Seu raciocínio quando veio foi este: “Vou tratar de cair na mata; a mata é do governo, e eu sou fio do Estado, devo ter direito.” Confessa que sua posse até hoje não está legalizada: “Tenho de ir a Linhares, mas eu magino esse aguão...”

BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. Rio Janeiro: Record, 2004.

Nesse texto, as falas do homem descrito pelo narrador são marcadas por aspas e algumas palavras grafadas em itálico. Esses destaques caracterizam uma variedade linguística

A) etária, pois os homens tinham a mesma idade.

B) de região, pois o fato ocorreu em Linhares.

C) de registro, pois indicam falas informais.

D) social, pois se referem ao dialeto caipira.

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