Texto 11 "Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar aleg...
Texto 11
"Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia."
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1994. p. 35. Excertos
Texto 12
"E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.
A) Em conformidade com a visão idealizada de mundo proposta pelas correntes do Simbolismo e do Determinismo, as personagens do romance “O Cortiço” moldam-se ao meio e transformam-se na relação de passividade com o espaço social.
B) No romance de Aluísio Azevedo, o Cortiço ganha vida e assume destaque como personagem principal, tendo em vista o processo de personificação do espaço (Cortiço), em diversas passagens da narrativa, como se nota no Texto 11.
C) O Texto 12 mostra que a visão de Jerônimo sobre Rita Baiana deve ser considerada zoomorfismo, característica que consiste na desvalorização das personagens femininas e que perpetua o machismo típico da sociedade representada na obra de Aluísio Azevedo.
D) A descrição de Rita Baiana (Texto 12) mostra elementos da cultura brasileira, resgatando-se traços da primeira geração do Romantismo no Brasil, por meio da idealização feminina que exalta a identidade nacional.
E) A obra “O Cortiço” evidencia como a mistura de diferentes raças e etnias, em um mesmo meio, propicia a degradação humana, ressaltando-se que as personagens precisam se acomodar aos papéis sociais determinados no Realismo brasileiro.
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