Texto 13 LIVRE Cruz e SousaLivre! Ser livre da matéria escrava, Arrancar os grilhões que nos flagelam E livre, penetr...
Texto 13
LIVRE
Cruz e Sousa
Livre! Ser livre da matéria escrava,
Arrancar os grilhões que nos flagelam
E livre, penetrar nos Dons que selam
A alma e lhe emprestam toda a etérea lava.
Livre da humana, da terrestre bava
Dos corações daninhos que regelam,
Quando os nossos sentidos se rebelam
Contra a Infâmia bifronte que deprava.
Livre! bem livre para andar mais puro,
Mais junto à Natureza e mais seguro
Do seu Amor, de todas as justiças.
Livre! para sentir a Natureza,
para gozar, na universal Grandeza,
Fecundas e arcangélicas preguiças.
CRUZ E SOUSA. Livre. Disponível em:
https://www.escritas.org/pt/t/10984/livre
Acesso em: 13/09/2020.
Texto 14
VIOLÕES QUE CHORAM
A) A obra de Cruz e Sousa apresenta traços da poesia parnasiano-simbolista, com foco na "arte pela arte", ou seja, na busca pela perfeição das estruturas poéticas, na descrição detalhada de objetos e no rigor sintático-estético, características permeadas por valores clássicos.
B) A poesia de Cruz e Sousa evidencia influências da biografia do poeta, filho de escravos alforriados. Sua poesia mostra, predominantemente, a temática do racismo e a situação dos escravos no Brasil, dando continuidade aos preceitos do Condoreirismo, conforme os Textos 13 e 15.
C) O racismo é a temática predominante da poética de Cruz e Sousa, poeta que dá destaque à figura do negro na literatura, como nos Textos 13, 14 e 15. Esse destaque na representação da identidade negra também está presente no Texto 16, em que "Pantera Negra" traduz a representatividade de um herói negro, especialmente para o público infantil.
D) O Texto 13 é um exemplo típico da poesia parnasiano-simbolista de Cruz e Sousa, visto que mostra a preocupação do sujeito lírico com a liberdade formal e a busca da perfeição poética, com destaque para descrições objetivas, negação do sentimentalismo e para a rigidez dos versos brancos.
E) O Texto 14 apresenta características da poesia simbolista, a exemplo da musicalidade que aproxima a poesia da música, por meio de "aliteração" e "assonância" nos versos: “Vozes veladas, veludosas vozes,/Volúpias dos violões, vozes veladas,/Vagam nos velhos vórtices velozes/Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas”.
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