A fome é, por isso, historicamente, uma ameaça constante. E doenças graves sempre afetaram as suas populações. Quando os africanos começavam a se alegrar com vitórias nesse campo — a erradicação da varíola, por exemplo —, surgiu um novo flagelo, a aids, cujo avanço não foi contido a tempo devido, em grande parte, às atitudes de políticos e de religiosos que negavam a existência do drama ou se opunham às medidas de proteção.
(Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008.)
O texto associa a rápida disseminação da aids na África, nas últimas décadas do século XX, entre outros fatores,
A) às carências alimentares das populações do continente.
B) à ausência da presença efetiva de colonizadores europeus no continente.
C) à abolição de valores morais das religiosidades tradicionais africanas.
D) às semelhanças entre as formas de contágio dessa doença e da varíola.
E) à ausência de políticas públicas voltadas ao controle dessa doença.
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina.
(Jorge Amado. Capitães da areia, 2008.)
O texto literário, publicado em 1937, fala da epidemia de bexiga (varíola) e
A) reconhece a circulação global das doenças bacterianas e a facilidade de combatê-la em meios sociais pobres.
B) identifica a origem africana da varíola e a baixa resistência da população afrodescendente de Salvador à doença.
C) combina percepções médicas, religiosas e sociais sobre a epidemia de varíola na cidade de Salvador.
D) associa cientificidade, preconceito social e política de confinamento no combate à epidemia de varíola em Salvador.
E) despreza a dimensão mística e os saberes populares acerca das doenças e seus métodos de prevenção.
Durante muito tempo, os doentes eram tratados, principalmente, com remédios populares. Nas terras não cristãs, os homens e as mulheres que aplicavam esses tratamentos eram considerados feiticeiros e feiticeiras. Nas terras cristãs, a feitiçaria era proibida, mas havia “curandeiros” cristãos a quem Deus havia dado um saber. As pessoas mais ricas (senhores e burgueses) eram quase sempre tratadas por médicos judeus, pois os judeus possuíam conhecimentos de medicina vindos da Antiguidade.
(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007. Adaptado.)
Ao tratar das doenças e dos tratamentos médicos na Idade Média, o texto
A) reconhece a diversidade dos cuidados médicos em um universo sociorreligioso uniforme.
B) caracteriza o avanço das ciências médicas na Europa, em comparação com outras partes do mundo.
C) destaca o caráter democrático da medicina popular, em comparação com tratamentos mais caros.
D) associa o declínio dos tratamentos médicos à perseguição desencadeada pela Inquisição.
E) relaciona o acesso a tratamentos médicos às diferentes condições sociais e religiosas.
Temos um grande desafio: construir uma sociedade igualitária em termos raciais, em que o preconceito não opere em nenhum nível das relações intersubjetivas. E, nessa tarefa, precisamos nos orientar por uma ética da responsabilidade, que considere as consequências das ações propostas.
FAZZI, R. C. O drama racial de crianças brasileiras: socialização entre pares e preconceito. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
A) diferença cultural entre as regiões.
B) prática religiosa de origem europeia.
C) herança colonial escravista brasileira.
D) imigração japonesa na República Velha.
A) Na Suécia, em Estocolmo.
B) No Brasil, no Rio de Janeiro.
C) No Japão, em Kioto.
D) Na Alemanha, em Berlim.
E) Na França, em Paris.
A) defender o uso de bicicletas, a Figura 1 aponta para um valor cultural individualista que acarretará aumento da poluição.
B) criticar o consumo de automóveis, a Figura 2 revela um valor cultural coletivo que provocará diminuição dos congestionamentos.
C) propor a troca de um carro por uma bicicleta, a Figura 1 representa um valor cultural coletivo de proteção ambiental.
D) promover o uso de automóveis, a Figura 2 reforça um valor cultural individualista de preservação da saúde dos cidadãos.
O bumba meu boi do Maranhão é uma celebração múltipla que congrega diversos bens associados, como as performances dramáticas, musicais e coreográficas associadas aos bordados do boi e à confecção de instrumentos musicais artesanais, entre outros.
Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 12 set. 2013 (adaptado).
A) vida aristocrática e dos costumes antigos.
B) identidade popular e das tradições culturais.
C) sociedade rural e da exploração do sertanejo.
D) influência colonial e dos valores conservadores.
A) pelo descontentamento popular com os partidos da situação (PMDB, PFL, PTB e PDS), fazendo com que a oposição (PSDB, PT, PDT e PSB) vencesse nas principais capitais.
B) pelo esvaziamento do discurso econômico dos candidatos ligados ao presidente José Sarney, que mantinham como tema principal o sucesso do Plano Real.
C) pela participação de celebridades televisivas na condição de candidatos altamente populares, a exemplo do empresário e apresentador Sílvio Santos.
D) pela vigência de resquícios da censura implementada pelos militares, o que limitava a divulgação dos comícios na mídia televisiva.
E) pela valorização dos eleitores jovens, que ganharam o direito de votar aos 16 anos pela Constituição promulgada em 1988.
As transformações geradas pelas descobertas tecnológicas das últimas décadas estão na base das mudanças que ocorrem no mundo hoje. A descoberta da informática e, sobretudo, os avanços extremamente rápidos que se seguiram nessa área, a partir da década de 1970, foram tão significativos para a humanidade que se decidiu igualar sua importância à da descoberta da máquina a vapor ou do tear mecânico e da divisão do trabalho, chamando-os de Terceira Revolução Industrial.
FERREIRA, J. S. W. Os contrastes da mundialização: a economia como instrumento de poder em um sistema internacional excludente. Disponível em: www.usp.br. Acesso em: 4 set. 2014.
A) integração dos espaços mundiais.
B) redução dos fluxos migratórios.
C) ampliação do emprego formal.
D) estagnação do setor terciário.
A) Michelangelo, rival de Leonardo, que fez uma série de estudos anatômicos durante a composição dos afrescos da Capela Sistina.
B) Mondino dei Luzzi, autor do livro Anothumia, marcado por ilustrações simples e caricaturais do corpo humano.
C) Francesco Melzi, discípulo de Leonardo, que herdou os desenhos e os guardou até 1570.
D) Andreas Vesalius, belga que publicou o livro De Humani Corporis Fabrica, em 1543.
E) Rafael, artista conhecido pela perfeição com que representava o corpo humano.
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