MORICONI, Italo. Destino: poesia. 2.ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2016. p. 115.
Sobre o poema acima, de Waly Salomão, é INCORRETO afirmar que
A) o poeta escreve, a partir de sua “alta razão”, ou seja, é a sua racionalidade que comanda a ação de compor e domina as emoções.
B) a presença de anacolutos torna a leitura mais “hermética”, ou seja, truncada e complexa.
C) o poeta cria efeitos de reforço no significado de algumas palavras com a enumeração de sinônimos.
D) os versos com recuos gráficos à direita geram um destaque de seus significados, por ficarem em evidência gráfica.
A) a linguagem simbólica e as reflexões existenciais justificam por que Clarice foi considerada uma importante representante da “corrente espiritualista” do Modernismo brasileiro.
B) como é comum nas obras da escritora, o enredo desencadeado a partir de um fato banal leva suas personagens a se questionarem, repensando suas certezas estabelecidas.
C) a metalinguagem e as referências às obras literárias do passado revelam o cuidado da escritora com a forma, fruto de sua busca por uma arte pura, afastada das questões sociais.
D) a angústia da mulher com a morte das baratas pode ser vista como uma crítica ao patriarcado e ao seu domínio violento sobre os seres vulneráveis, tema central na obra de Clarice.
A) a conversa ocorre ainda no início da guerra quando Kindzu havia impedido a destruição da loja do indiano por parte de alguns negros moçambicanos.
B) o romance mostra como o racismo que atravessa a sociedade moçambicana, devastada pelas guerras, é consequência imediata da colonização portuguesa.
C) o romance pretende apresentar os dilemas que geraram os conflitos entre negros e indianos, povos de etnias distintas que lutam pelo território moçambicano.
D) a fala de Surendra revela um desejo radical de convívio harmônico entre os diferentes, capaz de superar noções de identidade baseadas só na raça.
A) Mesmo em se tratando de uma guerra, a obra não apresenta tom épico, pois não há ênfase nas cenas de batalha, estando o foco nos efeitos devastadores da guerra.
B) O romance se compõe de múltiplas narrativas que se cruzam na obra; o próprio ato de narrar aparece como essencial ao ato de permanecer vivo.
C) A combinação entre a tradição oral moçambicana e a tradição literária, de origem europeia, ocorre sempre de modo tenso, mostrando a distância entre elas.
D) A obra pode ser vista como narrativa de viagem, porém, em vários momentos, o deslocamento experimentado é mais temporal e psicológico do que espacial.
A) a depressão pós-parto da mãe a afasta do filho, levando o pai a assumir, com dificuldade, a responsabilidade pela criação do menino.
B) em grande parte da obra, a mãe é a principal provedora do sustento financeiro da casa, pois o pai se dedica ao difícil sonho de viver como escritor literário.
C) dar-se-á a desconstrução da figura paterna, pois o pai é apresentado como um jovem egoísta e imaturo, ele mesmo em processo de amadurecimento.
D) o pai desempenha função ativa nos cuidados e na educação de Felipe desde quando esse era bebê, estando sempre presente no cotidiano da criança.
A) A narrativa não segue uma linearidade temporal exata, ocorrendo algumas idas e vindas entre os diferentes momentos da vida de Rubião.
B) A obra começa num momento avançado da ação, para depois voltar ao início dos acontecimentos, procedimento conhecido como in media res.
C) O narrador em terceira pessoa é que define a ordem da narração dos acontecimentos, combinando tempo cronológico e tempo psicológico.
D) Para melhor compreender a trajetória do protagonista Murilo Rubião, a obra retoma parte da infância do professor, na cidade de Barbacena.
A) a personagem Rita Baiana é metaforizada em aspectos da fauna e flora brasileira;
B) Jerônimo é caracterizado como um sujeito racional;
C) a relação entre Jerônimo e Rita Baiana é desenvolvida de maneira ponderada;
D) Rita Baiana, apesar de animalizada, consegue controlar seus instintos;
E) a natureza brasileira se contrapõe às personagens.
TEXTO 5:
“A inconstância dos bens do mundo”, de Gregório de Matos
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. São Paulo: FTD, 1998. p. 60.)
A) Comoção.
B) Ressentimento.
C) Inconformismo.
D) Vulnerabilidade.
E) Alegria.
TEXTO 5:
“A inconstância dos bens do mundo”, de Gregório de Matos
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. São Paulo: FTD, 1998. p. 60.)
A) o cultismo, pelos recursos da linguagem rebuscada.
B) a religiosidade medieval e o paganismo.
C) o recurso da prosopopeia na personificação do Sol e da Luz.
D) o conflito entre a idealização da alegria e a realização da tristeza.
E) a consciência da fugacidade do tempo.
TEXTO 4:
“Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga
SONETOS - 4
Ainda que de Laura esteja ausente,
Há de a chama durar no peito amante;
Que existe retratado o seu semblante,
Se não nos olhos meus, na minha mente.
Mil vezes finjo vê-la, e eternamente
Abraço a sombra vã; só neste instante
Conheço que ela está de mim distante,
Que tudo é ilusão que esta alma sente.
Talvez que ao bem de a ver amor resista;
Porque minha paixão, que aos céus é grata
Por inocente assim melhor persista;
Pois quando só na ideia ma retrata,
Debuxa os dotes com que prende a vista,
Esconde as obras com que ofende, ingrata.
(PROENÇA FILHO, Domício (Org.). A poesia dos inconfidentes: poesia completa de Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 701-702.)
A) esperança e violência.
B) ausência e contradição.
C) apreensão e euforia.
D) saudade e hostilidade.
E) contentamento e fúria.
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