TEXTO 3:
“Retrato próprio”, de Manuel Maria du Bocage
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de face, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno:
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:
Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades:
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.
(BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Poemas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. p. 130.)
A) Metonímia – “Saíram dele mesmo estas verdades”.
B) Metáfora – “Triste de face, o mesmo de figura”.
C) Antítese – “Bem servido de pés, meão na altura”.
D) Prosopopeia – “Bebendo em níveas mãos por taça escura”.
E) Hipérbole – “(Digo, de moças mil) num só momento”.
TEXTO 3:
“Retrato próprio”, de Manuel Maria du Bocage
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de face, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno:
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:
Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades:
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.
(BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Poemas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. p. 130.)
A) “Devoto incensador de mil deidades”.
B) “Triste de face, o mesmo de figura”.
C) “Bem servido de pés, meão na altura”.
D) “Nariz alto no meio, e não pequeno”.
E) “Saíram dele mesmo estas verdades”.
Veja a reprodução de duas das fotografias de Sebastião Salgado, da série Os Awá-Guajá:
Comparando as reproduções acima com A primeira missa no Brasil, de Victor Meirelles, pode-se afirmar, EXCETO
A) Enquanto a celebração da missa e a cruz elevada concentram os olhares na obra de Meirelles, Salgado apresenta o olhar dos Awá-Guajá nos questionando, espectadores externos à cena.
B) Enquanto em Salgado há componentes de crítica social, em Meirelles há adesão aos interesses do colonizador.
C) A visão exótica de Meirelles sobre os indígenas é substituída, em Salgado, por um olhar imparcial das cenas cotidianas dos Awá-Guajá, não interferindo na composição da cena.
D) Enquanto Salgado descentraliza o olhar mostrando integração entre o homem e o espaço natural, a tela de Meirelles é repartida entre o espaço selvagem e o civilizado.
Veja a reprodução da tela A primeira missa no Brasil, obra de Victor Meirelles, representando a primeira celebração cristã em nossas terras realizada pelo padre lusitano Henrique de Coimbra, em 26 de abril de 1500.
Fazendo uma leitura dos elementos que compõem a tela, todas as alternativas estão corretas, EXCETO
A) A tela dialoga com os interesses religiosos das campanhas de colonização ao representar os indígenas curiosos e atraídos pela celebração, demonstrando, assim, tendência natural para a conversão.
B) O assombro de portugueses e indígenas frente à figura central e elevada da cruz simbolizava o temor a Deus que vem pela fé.
C) A tela compõe certo imaginário civilizado do Brasil, representando o “batismo” da nação no encontro dos povos indígenas com os portugueses.
D) A passividade atenta dos indígenas e a devoção dos portugueses simbolizam um contato sem conflito ou resistência, mediado pela fé.
Leia o trecho destacado do Auto de São Lourenço, de José de Anchieta.
GUAIXARÁ
Esta virtude estrangeira
Me irrita sobremaneira.
Quem a teria trazido,
com seus hábitos polidos
estragando a terra inteira?
Só eu
permaneço nesta aldeia
como chefe guardião.
Minha lei é a inspiração
que lhe dou, daqui vou longe
visitar outro torrão.
Quem é forte como eu?
Como eu, conceituado?
Sou diabo bem assado.
A fama me precedeu;
Guaixará sou chamado
Meu sistema é o bem viver.
Que não seja constrangido
o prazer, nem abolido.
Quero as tabas acender
com meu fogo preferido
Boa medida é beber
cauim até vomitar.
Isto é jeito de gozar
a vida, e se recomenda
a quem queira aproveitar.
Partindo do trecho acima e da leitura da obra, todas as alternativas estão corretas, EXCETO
A) Sendo parte da produção jesuítica, o gênero auto adapta os temas à situação de comunicação e propósito da catequese.
B) O uso de nomes e referências indígenas no Auto de São Lourenço é uma estratégia a serviço do processo de aculturação.
C) O martírio de São Lourenço, dando nome à peça, representa o exemplo ou testemunho da salvação pela fé proposto ao indígena
D) O Auto de São Lourenço assimila aspectos da mitologia indígena com a finalidade de promover a conciliação de valores religiosos contrários, propiciando a simpatia do indígena.
Leia os trechos destacados da obra Boca do Inferno, de Ana Miranda:
“Ah, aquela desgraçada cidade, notável desventura de um povo néscio e sandeu. Gregório de Matos foi informado sobre a morte do alcaide. Sofria ao ver os maus modos de obrar da governança, mas reconhecia que não apenas aos governantes, mas a toda a cidade, o demo se expunha. Não era difícil assinalar os vícios em que alguns moradores se depravavam. Pegou sua pena e começou a anotar” (p. 33).
“– Acho que acabou para sempre tua carreira na Relação Eclesiástica, disse Gonçalo Ravasco, rindo.
– Isso ainda veremos. Tratarei de mandar algumas adulações ao arcebispo. Dos meus versos será templo frequente, onde glórias lhe cante de contino, declarou Gregório de Matos fazendo pantominas.
– Quanta lacônica eloquência!
– Esta é uma grande virtude. Quae fuerant vitia mores sunt. Sim, sim, creio que há vícios que se tornam virtudes. Tudo depende de quando, como e por que se faz a coisa.
– Para ti tudo são vícios, e por isso vives atormentado com medo do inferno.
– Mas tudo hoje são vícios. E vícios hoje são virtudes” (p. 123-124)”
“A CIDADE DA BAHIA cresceu, modificou-se. Mas haveria de ser sempre um cenário de prazer e pecado, que encantava a todos os que viviam ou a visitavam, fossem seres humanos, anjos ou demônios. Não deixaria de ser, nunca, a cidade onde viveu o Boca do Inferno” (p. 331).
Com base na leitura dos trechos e de outros episódios da obra, todas as afirmativas são corretas, EXCETO
A) A linguagem do personagem Gregório de Matos é marcada pelo exercício da sátira e torneios de linguagem próprios às produções estéticas barrocas.
B) Trata-se de uma narrativa metaficcional por trazer, nos mecanismos de sua composição, o entrelaçamento do discurso historiográfico e literário.
C) A obra descreve uma sociedade fragmentada, pendida entre a norma e o caos, dando vazão a vários episódios de conflito entre os personagens
D) A obra faz coincidir sujeito histórico e personagem ficcional através do recurso à biografia.
A) Dom Casmurro.
B) O Alienista.
C) Helena.
D) Memórias Póstumas de Brás Cubas.
E) A Mão e a Luva.
A) naturalismo.
B) romantismo.
C) realismo.
D) arcadismo.
E) barroco.
A) poética simbolista.
B) prosa modernista.
C) prosa romântica.
D) prosa realista.
E) poética naturalista.
No início do século XX, foram criadas as primeiras emissoras de rádio e as linhas de transporte público no Brasil, sendo que o contraste entre esse mundo moderno e o mundo natural foi tema de muitos trabalhos artísticos.
Os artistas modernistas brasileiros manifestavam em suas obras:
A) Uma exaltação e valorização da arte europeia, principalmente a francesa;
B) Uma ênfase nas referências culturais brasileiras e nas poéticas pessoais;
C) Uma ruptura com os trabalhos de teor crítico e político;
D) Um interesse pela linguagem internacional, repudiando o que pudesse ser considerado nacionalista ou regional;
E) Um distanciamento do cotidiano da linguagem com humor.
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