Questões de Literatura para Vestibular

cód. #10006

COPESE - UFJF - Literatura - 2018 - Vestibular - 1° - Módulo III - Econômica e Administração

TEXTO 3:

“Retrato próprio”, de Manuel Maria du Bocage


Magro, de olhos azuis, carão moreno,

Bem servido de pés, meão na altura,

Triste de face, o mesmo de figura,

Nariz alto no meio, e não pequeno:


Incapaz de assistir num só terreno,

Mais propenso ao furor do que à ternura;

Bebendo em níveas mãos por taça escura

De zelos infernais letal veneno:


Devoto incensador de mil deidades

(Digo, de moças mil) num só momento,

E somente no altar amando os frades:


Eis Bocage, em quem luz algum talento;

Saíram dele mesmo estas verdades

Num dia em que se achou mais pachorrento.

(BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Poemas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. p. 130.)  

O Texto 3 faz uso de alguns recursos estilísticos, tais como:

A) Metonímia – “Saíram dele mesmo estas verdades”.

B) Metáfora – “Triste de face, o mesmo de figura”.

C) Antítese – “Bem servido de pés, meão na altura”.

D) Prosopopeia – “Bebendo em níveas mãos por taça escura”.

E) Hipérbole – “(Digo, de moças mil) num só momento”.

A B C D E

cód. #10007

COPESE - UFJF - Literatura - 2018 - Vestibular - 1° - Módulo III - Econômica e Administração

TEXTO 3:

“Retrato próprio”, de Manuel Maria du Bocage


Magro, de olhos azuis, carão moreno,

Bem servido de pés, meão na altura,

Triste de face, o mesmo de figura,

Nariz alto no meio, e não pequeno:


Incapaz de assistir num só terreno,

Mais propenso ao furor do que à ternura;

Bebendo em níveas mãos por taça escura

De zelos infernais letal veneno:


Devoto incensador de mil deidades

(Digo, de moças mil) num só momento,

E somente no altar amando os frades:


Eis Bocage, em quem luz algum talento;

Saíram dele mesmo estas verdades

Num dia em que se achou mais pachorrento.

(BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Poemas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. p. 130.)  

No Texto 3, o poema de Bocage constitui-se num autorretrato, marcado pelas autodescrições física e psicológica. É exemplo de sua descrição psicológica:

A) “Devoto incensador de mil deidades”.

B) “Triste de face, o mesmo de figura”.

C) “Bem servido de pés, meão na altura”.

D) “Nariz alto no meio, e não pequeno”.

E) “Saíram dele mesmo estas verdades”.

A B C D E

cód. #10271

UNIMONTES - Literatura - 2018 - Vestibular - 1º Etapa

Veja a reprodução de duas das fotografias de Sebastião Salgado, da série Os Awá-Guajá:


Comparando as reproduções acima com A primeira missa no Brasil, de Victor Meirelles, pode-se afirmar, EXCETO

A) Enquanto a celebração da missa e a cruz elevada concentram os olhares na obra de Meirelles, Salgado apresenta o olhar dos Awá-Guajá nos questionando, espectadores externos à cena.

B) Enquanto em Salgado há componentes de crítica social, em Meirelles há adesão aos interesses do colonizador.

C) A visão exótica de Meirelles sobre os indígenas é substituída, em Salgado, por um olhar imparcial das cenas cotidianas dos Awá-Guajá, não interferindo na composição da cena.

D) Enquanto Salgado descentraliza o olhar mostrando integração entre o homem e o espaço natural, a tela de Meirelles é repartida entre o espaço selvagem e o civilizado.

A B C D E

cód. #10272

UNIMONTES - Literatura - 2018 - Vestibular - 1º Etapa

Veja a reprodução da tela A primeira missa no Brasil, obra de Victor Meirelles, representando a primeira celebração cristã em nossas terras realizada pelo padre lusitano Henrique de Coimbra, em 26 de abril de 1500.


Fazendo uma leitura dos elementos que compõem a tela, todas as alternativas estão corretas, EXCETO

A) A tela dialoga com os interesses religiosos das campanhas de colonização ao representar os indígenas curiosos e atraídos pela celebração, demonstrando, assim, tendência natural para a conversão.

B) O assombro de portugueses e indígenas frente à figura central e elevada da cruz simbolizava o temor a Deus que vem pela fé.

C) A tela compõe certo imaginário civilizado do Brasil, representando o “batismo” da nação no encontro dos povos indígenas com os portugueses.

D) A passividade atenta dos indígenas e a devoção dos portugueses simbolizam um contato sem conflito ou resistência, mediado pela fé.

A B C D E

cód. #10273

UNIMONTES - Literatura - 2018 - Vestibular - 1º Etapa

Leia o trecho destacado do Auto de São Lourenço, de José de Anchieta.

GUAIXARÁ

Esta virtude estrangeira

Me irrita sobremaneira.

Quem a teria trazido,

com seus hábitos polidos

estragando a terra inteira?


Só eu

permaneço nesta aldeia

como chefe guardião.

Minha lei é a inspiração

que lhe dou, daqui vou longe

visitar outro torrão.


Quem é forte como eu?

Como eu, conceituado?

Sou diabo bem assado.

A fama me precedeu;

Guaixará sou chamado


Meu sistema é o bem viver.

Que não seja constrangido

o prazer, nem abolido.

Quero as tabas acender

com meu fogo preferido


Boa medida é beber

cauim até vomitar.

Isto é jeito de gozar

a vida, e se recomenda

a quem queira aproveitar.


Partindo do trecho acima e da leitura da obra, todas as alternativas estão corretas, EXCETO

A) Sendo parte da produção jesuítica, o gênero auto adapta os temas à situação de comunicação e propósito da catequese.

B) O uso de nomes e referências indígenas no Auto de São Lourenço é uma estratégia a serviço do processo de aculturação.

C) O martírio de São Lourenço, dando nome à peça, representa o exemplo ou testemunho da salvação pela fé proposto ao indígena

D) O Auto de São Lourenço assimila aspectos da mitologia indígena com a finalidade de promover a conciliação de valores religiosos contrários, propiciando a simpatia do indígena.

A B C D E

cód. #10274

UNIMONTES - Literatura - 2018 - Vestibular - 1º Etapa

Leia os trechos destacados da obra Boca do Inferno, de Ana Miranda:


“Ah, aquela desgraçada cidade, notável desventura de um povo néscio e sandeu. Gregório de Matos foi informado sobre a morte do alcaide. Sofria ao ver os maus modos de obrar da governança, mas reconhecia que não apenas aos governantes, mas a toda a cidade, o demo se expunha. Não era difícil assinalar os vícios em que alguns moradores se depravavam. Pegou sua pena e começou a anotar” (p. 33).



“– Acho que acabou para sempre tua carreira na Relação Eclesiástica, disse Gonçalo Ravasco, rindo.

– Isso ainda veremos. Tratarei de mandar algumas adulações ao arcebispo. Dos meus versos será templo frequente, onde glórias lhe cante de contino, declarou Gregório de Matos fazendo pantominas.

– Quanta lacônica eloquência!

– Esta é uma grande virtude. Quae fuerant vitia mores sunt. Sim, sim, creio que há vícios que se tornam virtudes. Tudo depende de quando, como e por que se faz a coisa.

– Para ti tudo são vícios, e por isso vives atormentado com medo do inferno.

– Mas tudo hoje são vícios. E vícios hoje são virtudes” (p. 123-124)”



“A CIDADE DA BAHIA cresceu, modificou-se. Mas haveria de ser sempre um cenário de prazer e pecado, que encantava a todos os que viviam ou a visitavam, fossem seres humanos, anjos ou demônios. Não deixaria de ser, nunca, a cidade onde viveu o Boca do Inferno” (p. 331).




Com base na leitura dos trechos e de outros episódios da obra, todas as afirmativas são corretas, EXCETO

A) A linguagem do personagem Gregório de Matos é marcada pelo exercício da sátira e torneios de linguagem próprios às produções estéticas barrocas.

B) Trata-se de uma narrativa metaficcional por trazer, nos mecanismos de sua composição, o entrelaçamento do discurso historiográfico e literário.

C) A obra descreve uma sociedade fragmentada, pendida entre a norma e o caos, dando vazão a vários episódios de conflito entre os personagens

D) A obra faz coincidir sujeito histórico e personagem ficcional através do recurso à biografia.

A B C D E

cód. #7976

UCPEL - Literatura - 2018 - Vestibular

A literatura se atualiza e traz à tona novas perspectivas sobre o olhar do leitor do século XXI, principalmente no que diz respeito à leitura dos clássicos de Machado de Assis. Analise as imagens que seguem para responder ao questionamento.



Segundo as imagens, podemos perceber referências a uma das obras mais relevantes de Machado de Assis. De que obra se trata?

A) Dom Casmurro.

B) O Alienista.

C) Helena.

D) Memórias Póstumas de Brás Cubas.

E) A Mão e a Luva.

A B C D E

cód. #7977

UCPEL - Literatura - 2018 - Vestibular

Os contos de Machado de Assis constituem pequenas obras-primas da literatura brasileira. No conto “Missa do Galo”, por exemplo, o autor revela sua capacidade de trabalhar com a questão do erótico sem apelar para as descrições de cunho sexual, algo que é percebido como crítica ao

A) naturalismo.

B) romantismo.

C) realismo.

D) arcadismo.

E) barroco.

A B C D E

cód. #7978

UCPEL - Literatura - 2018 - Vestibular

A ficção machadiana tem como particularidade a presença de diálogo constante com o leitor, o que pode ser verificado no fragmento que segue:
[...] Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem [...] ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial. p. 172 (fragmento)
Essa forma de escrita de Machado de Assis sinaliza uma característica importante que está presente na

A) poética simbolista.

B) prosa modernista.

C) prosa romântica.

D) prosa realista.

E) poética naturalista.

A B C D E

cód. #11070

UNESPAR - Literatura - 2018 - Vestibular

No início do século XX, foram criadas as primeiras emissoras de rádio e as linhas de transporte público no Brasil, sendo que o contraste entre esse mundo moderno e o mundo natural foi tema de muitos trabalhos artísticos.


Os artistas modernistas brasileiros manifestavam em suas obras:

A) Uma exaltação e valorização da arte europeia, principalmente a francesa;

B) Uma ênfase nas referências culturais brasileiras e nas poéticas pessoais;

C) Uma ruptura com os trabalhos de teor crítico e político;

D) Um interesse pela linguagem internacional, repudiando o que pudesse ser considerado nacionalista ou regional;

E) Um distanciamento do cotidiano da linguagem com humor.

A B C D E

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