Questões de Literatura para Vestibular

cód. #11128

IF-MT - Literatura - 2018 - Vestibular

Texto IV: base para a questão.


                          Um homem de consciência


      Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.

      Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.

      Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.

      — Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons - agora só um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está acabando...

      João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.

      — É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.

      Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...

      Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!...

    João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu cavalo magro e partiu.

     — Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?

     — Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.

— Mas, como? Agora que você está delegado?

— Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus. E sumiu."

(Monteiro Lobato, CIDADES MORTAS. 12a Edição. São Paulo, Editora Brasiliense, 1965)

Podemos reconhecer no conto elementos que o inserem no:


I - Modernismo, cujo projeto era o desejo de revelar o "verdadeiro" Brasil para o brasileiro, numa perspectiva não idealizada.

II - Pré-modernismo, pois há um diálogo concomitante com as estruturas estéticas do passado (como o Realismo) e as de renovação que estavam para surgir (como o Modernismo).

III - Romantismo, pois a descrição de Itaoca, cidade do interior de São Paulo, segue os parâmetros do regionalismo dessa estética literária.


A partir das assertivas acima, julgue-as e marque a alternativa correta.

A) Somente I e II são verdadeiras.

B) Somente II e III são verdadeiras.

C) Somente II é verdadeira.

D) Somente I e III são verdadeiras.

E) Somente a III é verdadeira.

A B C D E

cód. #8826

Cepros - Literatura - 2018 - Processo Seletivo Tradicional- 2019.1- AGRESTE

Considerado o “príncipe dos poetas de Alagoas”, Jorge de Lima começou a sua vida escrevendo poemas parnasianos. Depois, enamorou-se pelo regionalismo de Gilberto Freyre e, a partir dos anos de 1930, buscou, junto com o poeta mineiro Murilo Mendes, “restaurar a poesia em Cristo”. No entanto, em 1952, Jorge de Lima escreveu aquele que é considerado o seu mais importante poema: “Invenção de Orfeu”. Esse poema é:

A) um longo poema em prosa.

B) um livro composto por cem sonetos.

C) um livro composto todo em “terza rima”.

D) um poema épico em dez cantos.

E) um poema composto em redondilha maior.

A B C D E

cód. #11130

IF-MT - Literatura - 2018 - Vestibular

Texto II e III: base para a questão.


                   VASO GREGO

                        (Texto 2)

Esta de áureos relevos, trabalhada

De divas mãos, brilhante copa, um dia,

Já de ais deuses servir como cansada,

Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.


Era o poeta de Teos que a suspendia

Então, e, ora repleta ora esvasada,

A taça amiga aos dedos seus tinia,

Toda de roxas pétalas colmada.


Depois...Mas o lavor da taça admira,

Toca-a, e de ouvido aproximando-a, às bordas

Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,


Ignota voz, qual se da antiga lira

Fosse a encantada música das cordas,

Qual se fosse a voz de Anacreonte fosse.

(Alberto de Oliveira) 


            CÁRCERE DAS ALMAS

                        (Texto3)

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,

Soluçando nas trevas, entre as grades

Do calabouço olhando imensidades,

Mares, estrelas, tardes, natureza.


Tudo se veste de uma igual grandeza

Quando a alma entre grilhões as liberdades

Sonha e sonhando, as imortalidades

Rasga no etéreo Espaço da Pureza.


Ó almas presas, mudas e fechadas

Nas prisões colossais e abandonadas,

Da Dor no calabouço atroz, funéreo!


Nesses silêncios solitários, graves,

Que chaveiro do Céu possui as chaves

Para abrir-vos as portas do Mistério?! 

(Cruz e Souza)

Ao lermos o texto 3, percebemos diferenças e pontos de contato em relação ao texto 2, tanto na forma quanto no conteúdo. Isso se explicita, pois:


I - Em ambos se mantém uma estrutura poética formal em consonância com os modelos clássicos da literatura: versos decassílabos, rimas regulares, valorização de um estilo rebuscado sob os aspectos linguísticos.

II - Os pontos que diferem estão inseridos na temática.

III - No texto 2, a temática é calcada na observação pura e simples de um objeto de arte, o que provoca o distanciamento do eu-lírico para questões mais profundas da existência humana; no texto 3, tal fato não ocorre, pois nele o eu-lírico desnuda e se aprofunda em um dos grandes temas da humanidade: a vida e a morte.


A partir das assertivas acima, julgue-as e marque a alternativa correta.

A) Somente I e II são verdadeiras.

B) Somente II e III são verdadeiras.

C) Somente III é verdadeira.

D) Somente I e III são verdadeiras.

E) Todas as afirmativas são verdadeiras.

A B C D E

cód. #8827

Cepros - Literatura - 2018 - Processo Seletivo Tradicional- 2019.1- AGRESTE

Graciliano Ramos versou em sua obra literária sobre vários temas. Um deles, diz respeito especificamente às perseguições políticas que ele e muitos dos seus contemporâneos sofreram durante os anos em que Getúlio Vargas governou o Brasil pela primeira vez: 1930-1945. Em qual obra Graciliano declina sobre esse período da vida brasileira?

A) Memórias do cárcere.

B) Vidas secas.

C) São Bernardo.

D) A terra dos meninos pelados.

E) Caetés.

A B C D E

cód. #11131

IF-MT - Literatura - 2018 - Vestibular

Texto II e III: base para a questão.


                   VASO GREGO

                        (Texto 2)

Esta de áureos relevos, trabalhada

De divas mãos, brilhante copa, um dia,

Já de ais deuses servir como cansada,

Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.


Era o poeta de Teos que a suspendia

Então, e, ora repleta ora esvasada,

A taça amiga aos dedos seus tinia,

Toda de roxas pétalas colmada.


Depois...Mas o lavor da taça admira,

Toca-a, e de ouvido aproximando-a, às bordas

Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,


Ignota voz, qual se da antiga lira

Fosse a encantada música das cordas,

Qual se fosse a voz de Anacreonte fosse.

(Alberto de Oliveira) 


            CÁRCERE DAS ALMAS

                        (Texto3)

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,

Soluçando nas trevas, entre as grades

Do calabouço olhando imensidades,

Mares, estrelas, tardes, natureza.


Tudo se veste de uma igual grandeza

Quando a alma entre grilhões as liberdades

Sonha e sonhando, as imortalidades

Rasga no etéreo Espaço da Pureza.


Ó almas presas, mudas e fechadas

Nas prisões colossais e abandonadas,

Da Dor no calabouço atroz, funéreo!


Nesses silêncios solitários, graves,

Que chaveiro do Céu possui as chaves

Para abrir-vos as portas do Mistério?! 

(Cruz e Souza)

Ao examinarmos a história da arte e da literatura, veremos que ela se constrói em ciclos, ou seja, o novo, muitas vezes, não passa de algo mais velho, só que revestido de uma linguagem diferente. O Parnasianismo no Brasil, surgido na década de 80 do século XIX, ilustra bem esse processo. De acordo com o texto 3, pode-se destacar algumas características de forma e conteúdo que justificam a inserção dele naquela estética literária, com exceção de:

A) Estrutura formal que remonta aos clássicos com predileção pelo soneto.

B) Preciosismo vocabular.

C) Arte pela arte.

D) Descritivismo e subjetividade.

E) Valorização da cultura greco-romana.

A B C D E

cód. #8828

Cepros - Literatura - 2018 - Processo Seletivo Tradicional- 2019.1- AGRESTE

Inúmeros são os poemas que Manuel Bandeira escreveu sobre a sua infância e, particularmente, sobre a sua cidade natal: Recife. Entre eles, podemos citar os poemas “Evocação do Recife” e “Profundamente”. Nesses dois poemas, Manuel Bandeira discorre sobre quais aspectos do Recife e da sua infância?

1) A Rua da União e a casa dos seus avós. 2) A lembrança daqueles que estão dormindo profundamente. 3) As brincadeiras de infância e os primeiros deslumbramentos. 4) A vida de boemia e de namoros que ele viveu no Recife. 5) O período em que ele foi seminarista.

Estão corretas, apenas:

A) 1, 2 e 4.

B) 1, 3 e 5.

C) 2, 3 e 5.

D) 2, 3 e 4.

E) 1, 2 e 3.

A B C D E

cód. #11132

IF-MT - Literatura - 2018 - Vestibular

Texto I:



Com base na leitura da charge e de acordo com seus conhecimentos literários, podemos aproximá-la à estética:

A) Romântica, pois dialoga com uma visão de mundo idealizada, tendo a natureza como cenário para esse fim.

B) Árcade, pois dialoga com uma de suas tendências, o fugere urbem, tendo a natureza como seu "pano de fundo".

C) Realista, pois dialoga com o cientificismo do século XIX, em que a natureza deveria ser duramente observada e analisada.

D) Simbolista, pois a natureza é apresentada de modo subjetivo, místico e imaginado.

E) Moderna, pois a natureza, apesar de idealizada em um primeiro momento, é desconstruída em relação a sua representação tradicional.

A B C D E

cód. #8829

Cepros - Literatura - 2018 - Processo Seletivo Tradicional- 2019.1- AGRESTE

O filósofo Quincas Borba é um personagem criado por Machado de Assis. Autor da teoria do Humanitas, o personagem de Quincas Borba dá título ao sexto romance de Machado, publicado em 1891. No entanto, Quincas Borba não é apenas personagem do romance Quincas Borba, mas também de outro romance de Machado. Qual?

A) Memorial de Aires.

B) Dom Casmurro.

C) Memórias póstumas de Brás Cubas.

D) Helena.

E) A mão e a luva.

A B C D E

cód. #8830

Cepros - Literatura - 2018 - Processo Seletivo Tradicional- 2019.1- AGRESTE

Um dos principais temas do Romantismo brasileiro foi o indigenismo. Poetas e prosadores como Gonçalves Dias, Machado de Assis e José de Alencar exploraram em suas obras, dentro de uma perspectiva mítica, a figura do índio. No caso de José de Alencar, quais dos seus romances versam sobre a temática indigenista?

A) Iracema, o Guarani e De Ierecê a Guaná.

B) Ubirajara, Confederação dos Tamoios e Ocidentais.

C) O Guarani, Iracema e Vozes d’África.

D) Iracema, O Guarani e Ubirajara.

E) Ubirajara, Ocidentais e Confederação dos Tamoios.

A B C D E

cód. #8831

Cepros - Literatura - 2018 - Processo Seletivo Tradicional- 2019.1- AGRESTE

Ao lado de Cláudio Manoel da Costa, Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga é um dos nomes mais representativos do arcadismo brasileiro. No entanto, além de poeta, Gonzaga escreveu um conjunto de sátiras ao Governador de Minas Gerais, Luís da Cunha Menezes. Como se chamam essas sátiras?

A) As Minas de Prata.

B) Cartas Chilena.

C) Cartas sem arte.

D) O Alienígena.

E) Carta aos Brasileiros.

A B C D E

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