Questões de Literatura para Vestibular

cód. #8832

Cepros - Literatura - 2018 - Processo Seletivo Tradicional- 2019.1- AGRESTE

Considerado o mais prolífico poeta do Barroco brasileiro, Gregório de Matos criticou e satirizou tanto os fidalgos “caramurus” quanto os mestiços e as mulatas. No entanto, a sua obra poética não só se compõe de críticas e de sátiras, mas explora também temas como:

1) A devoção religiosa. 2) A crítica ao papado. 3) A fugacidade da vida. 4) A crítica aos senhores de engenho. 5) A defesa de uma República federalista.

Estão corretas, apenas:

A) 1, 3 e 4

B) 2, 3 e 4

C) 1, 2 e 5

D) 1, 2 e 3

E) 2, 3 e 5.

A B C D E

cód. #10624

PUC - SP - Literatura - 2018 - Vestibular - Segundo Semestre

Leia o excerto a seguir, extraído do primeiro capítulo de A cidade e as serras, para responder a questão,


- Aqui tens tu, Zé Fernandes - começou Jacinto, encostado à janela do mirante -, a teoria que me governa, bem comprovada. Com estes olhos que recebemos da Madre natureza, lestos e sãos, nós podemos apenas distinguir além, através da Avenida, naquela loja, uma vidraça alumiada. Mais nada! Se eu porém aos meus olhos juntar os dois vidros simples dum binóculo de corridas, percebo, por trás da vidraça, presuntos, queijos, boiões de geleia e caixas de ameixa seca. Concluo portanto que é uma mercearia. Obtive uma noção: tenho sobre ti, que com os olhos desarmados vês só o luzir da vidraça, uma vantagem positiva. Se agora, em vez destes vidros simples, eu usasse os do meu telescópio, de composição mais científica, poderia avistar além, no planeta Marte, os mares, as neves, os canais, o recorte dos golfos, toda a geografia dum astro que circula a milhares de léguas dos Campos Elísios. É outra noção, e tremenda! Tens aqui pois o olho primitivo, o da Natureza, elevado pela Civilização à sua máxima potência de visão. E desde já, pelo lado do olho portanto, eu, civilizado, sou mais feliz que o incivilizado, porque descubro realidades do Universo que ele não suspeita e de que está privado. Aplica esta prova a todos os órgãos e compreenderás o meu princípio.


(Queirós, Eça de. A cidade e as serras. São Paulo: Ateliê, 2007, p. 63-64)

A respeito do romance A cidade e as serras, de Eça de Queirós, é CORRETO afirmar que

A) a menção a problemas como a poluição do ar e das águas ilustra o olhar crítico do autor a respeito da vida nos grandes centros urbanos.

B) o desrespeito às normas gramaticais aproxima a obra da prosa experimental, característica das vanguardas do início do século XX.

C) o exagero na apresentação de vícios e defeitos das personagens é um dos traços estilísticos que situam a obra na prosa naturalista do século XIX.

D) o relato objetivo e preciso do narrador é característico da prosa realista portuguesa, da qual o autor é um de seus principais representantes.

A B C D E

cód. #7810

FAG - Literatura - 2018 - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina

Texto 2


“Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía. As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o, E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem pra meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo”.
(Clarice Lispector, Felicidade Clandestina.)
Sobre o romance “Lavoura Arcaica”, de Raduan Nassar, é CORRETO afirmar:

A) A obra traz uma narrativa pesada, cheia de confusões; protestos; abstenções; amor de irmão com irmã deixando a narrativa ostensiva e cansativa. André se vê diferente de todos que cheio de pressões resolve fugir de casa, fato que remonta bem à narrativa bíblica do filho pródigo.

B) É um romance surgido no segundo período do modernismo, a fase regionalista. O período inicial do movimento havia sido marcado pela busca da identidade brasileira, num caminho trilhado, principalmente, pelo trabalho com a forma: a exploração da sintaxe e do vocabulário falado e utilizado no país.

C) O título do romance traz para o leitor a ideia de circunstância, e, também a óbvia alusão à morte, mostrando o espírito que se manifesta não só nesta obra, mas na 2ª Geração do Romantismo no Brasil, caracterizado pelo gosto pelo mórbido, pessimismo desesperado, escapismo na morte, etc.

D) Neste romance fica muito evidente o cuidado de Raduan Nassar em preservar o registro linguístico utilizado pelos homens do campo e a riqueza do vocabulário deles.

E) A linguagem enigmática do texto religioso é típica do pai de André, e isso reforça o seu desacordo com o filho, cujas falas são sempre explícitas e concisas, sem referências aos textos religiosos.

A B C D E

cód. #10626

PUC - SP - Literatura - 2018 - Vestibular - Segundo Semestre

Leia o fragmento a seguir, extraído do primeiro capítulo de Memórias póstumas de Brás Cubas, para responder a questão.
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco. Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! (...) (ASSIS, Machado. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê, 2001, p. 69)


Memórias póstumas de Brás Cubas, obra inaugural do Realismo no Brasil, apresenta vários procedimentos literários que configuram o estilo de Machado de Assis. Dentre esses procedimentos, a leitura dos primeiros parágrafos do romance já permite identificar

A) alinearidade na composição do enredo, visto que a personagem inicia o relato pelo final da história, transgredindo a sequência cronológica de sua biografia.

B) imparcialidade no tratamento da matéria narrada, pois Brás Cubas é fiel à realidade de sua época e confere objetividade ao narrar os fatos.

C) rigorosa reflexão sobre o ato de escrever, pois Brás Cubas revela ao leitor o desejo de conferir precisão e cientificidade ao seu texto.

D) modéstia quanto às habilidades literárias do narrador, uma vez que Brás Cubas considera sua obra fruto de um “defunto autor”, e não de um autor verdadeiro.

A B C D E

cód. #7811

FAG - Literatura - 2018 - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina

Texto 2


“Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía. As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o, E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem pra meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo”.
(Clarice Lispector, Felicidade Clandestina.)
A respeito do conto “Felicidade Clandestina” de Clarice Lispector, assinale a alternativa CORRETA:

A) A narradora do conto demonstra seu descontentamento com a ideia de que a leitura seja capaz de transformar as atitudes de sua antagonista, pois mesmo após ter lido diversos livros, inclusive os de Monteiro Lobato, a mesma não demonstra qualquer sensibilidade aprimorada.

B) A felicidade clandestina citada no título está relacionada ao fato de que a verdadeira ansiedade da protagonista era rever a garota que, muitas vezes, a tratava de maneira humilhante, mesmo que para isso tivesse de usar como desculpa em fato corriqueiro, como o empréstimo de um livro, estabelecendo uma relação de amizade quase sadomasoquista entre ambas.

C) A personagem central parece sentir-se secretamente aliviada ao constatar que o livro já tinha sido emprestado a outra escola, uma vez que o mesmo era “um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele”. Dessa sensação vem o título que Clarice Lispector dá ao texto, uma vez que a protagonista sabe que deveria ler obrigatoriamente a obra e o fato de escapar da mesma é felicidade clandestina.

D) A verdadeira crueldade exposta no texto de Clarice é representada pela contínua insistência da protagonista em torturar sua colega, pedindo-lhe repetidamente o empréstimo do livro que já sabia estar de posse de outra pessoa, humilhando assim a amiga que prometera o que não poderia cumprir.

E) A narradora do conto é um exemplo claro das personagens claricianas, pois em sua introspecção e em seu amor pela leitura é capaz de suportar até mesmo as piores humilhações para ter em sua posse um objeto ao qual atribui poderes quase transcendentais, capazes de gerar uma epifania na protagonista.

A B C D E

cód. #7812

FAG - Literatura - 2018 - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina

Texto 1


“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,

Que vive de guardar alheio gado;

De tosco trato, de expressões grosseiro,

Dos frios gelado e dos sóis queimado.

Tenho próprio casal e nele assisto

Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

Das brancas ovelhinhas tiro o leite,

E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,

Graças à minha Estrela!”

(Tomás Antonio Gonzaga)

A obra reúne uma série de artigos, iniciados com “Velha Praga”, publicados em O Estado de São Paulo em 14/11/1914. Nestes artigos, o autor insurge-se contra o extermínio das matas da Mantiqueira pela ação nefasta das queimadas, retrógrada prática agrícola perpetrada pela ignorância dos caboclos, analisa o primitivismo da vida dos caipiras do Vale do Paraíba e critica a literatura romântica que cantou liricamente esses marginais da civilização. Assinale a alternativa que corresponde ao conto aludido:

A) Pai contra mãe (Machado de Assis);

B) Urupês (Monteiro Lobato);

C) Felicidade Clandestina (Clarice Lispector);

D) O homem que sabia javanês (Lima Barreto);

E) O acendedor de lampiões (Jorge de Lima).

A B C D E

cód. #7813

FAG - Literatura - 2018 - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina

Texto 1


“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,

Que vive de guardar alheio gado;

De tosco trato, de expressões grosseiro,

Dos frios gelado e dos sóis queimado.

Tenho próprio casal e nele assisto

Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

Das brancas ovelhinhas tiro o leite,

E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,

Graças à minha Estrela!”

(Tomás Antonio Gonzaga)

O texto 1 possui traços que caracterizam o período literário ao qual pertence. Uma característica evidente nesta estrofe é:

A) o bucolismo;

B) o misticismo;

C) o nacionalismo;

D) o regionalismo;

E) o indianismo.

A B C D E

cód. #9098

UEG - Literatura - 2018 - Vestibular - Língua Inglesa (em Rede)

Observe a imagem e leia o texto a seguir para responder à questão.


AMARAL, Tarsila do. Os operários, 1931. Disponível em: <http://www.arteeartistas.com.br/operarios-tarsila-do-amaral/>. Acesso em: 01 out. 2018.


Mulher proletária – única fábrica que o operário tem, (fabrica filhos)

     tu

na tua superprodução de máquina humana

forneces anjos para o Senhor Jesus,

forneces braços para o senhor burguês.

Mulher proletária,

o operário, teu proprietário

há de ver, há de ver:

a tua produção ao contrário das máquinas burguesas

salvar o teu proprietário. 

LIMA, Jorge de. Mulher proletária. In: Antologia poética. São Paulo: José Olympio, 1978, p. 21.

Em termos de periodização, tanto a pintura quanto o poema pertencem ao

A) Pré-Modernismo

B) Romantismo

C) Modernismo

D) Simbolismo

E) Arcadismo

A B C D E

cód. #9871

IF Sudeste - MG - Literatura - 2018 - Vestibular - Segundo Semestre

Analise as seguintes proposições a respeito do Arcadismo.
I. Pode-se dizer que o pastor convida sua amada a gozar o quanto antes os prazeres do amor, porque a vida é breve, e o futuro é incerto. II. Pode-se dizer que o eu-lírico idealiza uma paisagem agradável e propícia aos encontros amorosos. III. Pode-se dizer que se trata de uma época de lutas e polêmicas religiosas que valorizou muito a arte da oratória, tendo como um de seus maiores expoentes Gregório de Matos. IV. Pode-se dizer que, contrariamente à arte do Renascimento, o Arcadismo pregava uma exaltação dos sentimentos, e a religiosidade é expressa de forma dramática, intensa, envolvendo emocionalmente os ouvintes.
Marque a alternativa CORRETA.

A) Somente a alternativa I está correta.

B) Somente a alternativa II está correta.

C) Somente a alternativa III está correta.

D) Somente as alternativas I e II estão corretas.

E) Somente a alternativa III e IV estão corretas.

A B C D E

cód. #9872

IF Sudeste - MG - Literatura - 2018 - Vestibular - Segundo Semestre

Leia atentamente o fragmento I-Juca-Pirama.

Em fundos vasos d'alvacenta argila

Ferve o cauim;

Enche-se as copas, o prazer começa,

Reina o festim.


O prisioneiro, cuja morte anseia,

Sentado está,

O prisioneiro, que outro sol no ocaso

Jamais verá!


A dura corda, que lhe enlaça o colo,

Mostra-lhe o fim

Da vida escura, que será mais breve

Do que o festim!


Contudo os olhos d'ignóbil pranto

Secos estão;

Mudos os lábios não descerram queixas

Do coração.


Mais um martírio, que encobrir não pode

Em rugas faz

A mentirosa placidez do rosto

Na fronte audaz!


Que tens, guerreiro? Que temor te assalta

No passo horrendo?

Honra das tabas que nascer te viram,

Folga morrendo.


Folga morrendo; porque além dos Andes

Revive o forte,

Que soube ufano contrastar os medos

Da fria morte.


GONÇALVES, Dias. Poesia e Prosa Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998, p. 380-381.


Considerando o poema como um todo e seu conhecimento sobre o Romantismo brasileiro, assinale a alternativa CORRETA.

A) O fragmento demonstra que o índio é uma figura destemida da morte e das atrozes ações humanas que o homem “civilizado” impôs a ele.

B) O fragmento demonstra que o índio sabe lidar com seus medos e angústias como qualquer outro homem dito “civilizado”.

C) O fragmento demonstra que o índio é uma figura que representa a 3ª geração romântica, preocupada com questões sociais e mais próxima da literatura realista.

D) O fragmento demonstra que o índio será sacrificado por seus inimigos, mas não se queixará de seu destino nem chorará pela sua morte, já que pretende ser tomado como espectro do homem dito “civilizado”.

E) O fragmento demonstra que o heroísmo indígena é essencial para a geração que procurava afirmar a identidade cultural de uma nação recém-constituída.

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