É com base no mito da Arcádia que erguem suas doutrinas: destruindo a “hidra do mau gosto”, os árcades procuram realizar obra semelhante à dos clássicos antigos. Daí a imitação dos modelos greco-latinos ser a primeira característica a considerar na configuração da estética arcádica.
(Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1992. Adaptado.)
A “hidra do mau gosto” mencionada no texto refere-se ao estilo
A) renascentista.
B) pré-romântico.
C) neoclássico.
D) barroco.
E) medieval.
A) define-se apaixonado pela língua portuguesa de Portugal, mas não pela do Brasil.
B) desqualifica a língua portuguesa, pois a vê como agreste e símbolo da saudade.
C) questiona se a língua portuguesa chegará a ser bela como outras nascidas do latim.
D) sugere que a língua portuguesa traz em si sentimentos ruins e, por isso, não pode ser bela.
E) enaltece a língua portuguesa, por sua riqueza capaz de expressar diferentes sentimentos.
Leia os TEXTOS 01 e 02, "O grito" e "Gueto‖, da obra Textos Urbanos, de Toni Vargas, e responda ao que se pede.
TEXTO 01
O Grito
Uma voz se levanta do silêncio e quebra a hipnose coletiva
Na verdade é um grito de basta de ódio
Ele nasceu fraco nos quilombos
Foi gerado nas senzalas em ventres humilhados
Tentaram abortá-lo, secá-lo na garganta
Mas o grito se impôs à morte e, devagar, foi tateando a vida
Ele cresceu franzino nos cortiços, correu nas palafitas, nas favelas
E encontrou eco nas bocas vazias, sem dentes
Embriagou-se nos prostíbulos, viciou-se nas prisões
E conheceu o medo nas salas de tortura
Arriscou-se em plena rua, em passeatas,
E corajoso soou mais alto que os tiros
Invadiu palácios, subiu em palanques e falou versos de mangue ao mais seleto público
Entrou nas casas, acordou pessoas e, pela mão, levou-as aos comícios
Fortificou-se nos hospícios bebendo a valentia dos dementes
E aí ganhou o espaço e, como um braço, desceu sobre os ouvidos
Agora ninguém mais desconhece o grito
Só aqueles que por polidez não gritam
E quando a dor é grande, quando a fome atrofia todos os sentidos
O povo todo dá as mãos na rua aos gritos
E os donos do povo se assustam e fazem leis para proibir o grito
E ensinam as crianças bem pequenas
Mas como eu, existem outros adeptos do grito
Ensinando o contrário às criancinhas
Que gritam juntas e felizes nas pracinhas
Reivindicando espaço e pirulitos
TEXTO 02
Gueto
O Brasil é um imenso gueto
O Brasil é um gueto continental
No Brasil, Portugais e Áfricas
E o mundo inteiro toca berimbau
O Brasil é um moleque de rua,
Maluco de cola, que embola geral
Ameaça de caco de vidro do subnutrido
Fera de sinal
É o não do seu dedo medroso
O desprezo asqueroso, o finge que não vê
O alívio do sinal abrindo, o medo vai fugindo
Mas sobra você
Muito pouco, enfim, quase nada
Virando piada, tão fora do tom
Esbarrando na idiotice, correndo na rua atrás de Pokémon
Caçador de nada, cidadão de merda
O Brasil é sede, o Brasil que pede nos sinais do mundo
Prometendo praia, prometendo carnaval...
O Brasil é um grande gueto
O Brasil é um gueto CONTINENTAL.
Marque a opção INADEQUADA, em relação à poética de Toni Vargas, em Textos Urbanos.
A) A função do grito é tão somente uma possibilidade de expressão da dor do sujeito social que sofre em um espaço de contradições e, embora esse grito ocupe diferentes espaços, não tem força revolucionária.
B) Tanto o poema ''O grito'', quanto ''Gueto'' promovem uma leitura do espaço urbano, a partir de um passado histórico, com consequências nesse modelo social de exclusão.
C) No poema "Gueto", além da miséria, da luta pela sobrevivência, o medo é algo presente no contexto urbano brasileiro. O poeta Toni Vargas denuncia também a omissão do cidadão brasileiro.
D) O gueto colonizado brasileiro extrapola continentes porque é o efeito do Brasil Colônia, em que as marcas do opressor sobre os africanos são visíveis. No Brasil, os problemas do passado repercutem a miséria da atualidade.
A) No conto Duzu-Querença, a personagem, antes de viver em mendicância, foi abusada e trabalhou em casa de prostituição.
B) A obra compõe-se de contos cujos personagens, em sua maioria, são mulheres e crianças pobres em luta pela sobrevivência. A dureza da vida e as fatalidades são elementos que compõem uma unidade temática na obra.
C) Os temas da pobreza, da violência urbana e da realidade da população afro-brasileira, sobretudo das mulheres, afiguradas nas personagens Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida e a menina Zaíta compõem a galeria de mulheres que são excluídas socialmente.
D) As cenas de mortes, aborto, fatalidades e sexo são apresentadas de maneira sutil, leve e até poética nos contos e as personagens sempre encontram saídas para os seus dramas.
A) a narrativa é conduzida a partir da lembrança que a narradora tem dos olhos da mãe e da sua infância de privações. Portanto, o título ―Águas correntezas‖ é uma metáfora que se remete ao fluir da vida.
B) a busca pela cor dos olhos da mãe reconduz a narradora para a infância de privações e para a cidade natal. Quando do encontro entre mãe e filha, esta conclui que os olhos da mãe eram como águas correntezas.
C) para driblar a fome, a mãe da personagem narradora brincava com os filhos. Em alguns momentos era a rainha enfeitada de flores e as filhas eram as princesas.
D) a mãe ria, um riso triste e molhado, quando brincava com as crianças, inventando jogos para distraí-las da fome. Tanto a mãe, quanto a filha tinham histórias de vida que se confundiam em relação à privação e aos olhos de cor úmida.
A) Somente I, II, III são corretas.
B) Somente I, II, IV são corretas.
C) Somente I, III, IV são corretas.
D) Todas as considerações são corretas.
Leia os textos para responder à questão.
Texto I
Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai, logo que teve aragem dos onze contos, sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.
– Dessa vez, disse ele, vais para Europa; vais cursar uma universidade, provavelmente Coimbra; quero-te para homem sério e não para arruador e gatuno. E como eu fizesse um gesto de espanto: — Gatuno, sim senhor; não é outra cousa um filho que me faz isto...
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)
Texto II
Ela deixou um bilhete, dizendo que ia sair fora
Levou meu coração, alguns CDs e o meu livro mais da hora
Mas eu não sei qual a razão, não entendi por que ela foi embora E eu fiquei pensando em como foi e qual vai ser agora
É que pena, pra mim tava tão bom aqui
Com a nega mais teimosa e a mais linda que eu já vi
Dividindo o edredom e o filminho na TV
Chocolate quente e meus olhar era só pro cê
Mas cê não quis, eu era mó feliz e nem sabia
Beijinho de caramelo que recheava meus dia
(Luccas Carlos, Bilhete 2.0 [fragmento]. Em: https://www.letras.mus.br)
A) uma negociação comercial, em que o narrador deliberadamente o compra de Marcela.
B) um sentimento idealizado pelos jovens, entretanto condenado pelo pai do narrador.
C) uma relação proibida, o que aumentava mais o sentimento entre os dois jovens.
D) um jogo, em que cada amante quer se impor e conquistar recursos financeiros.
E) uma vantagem pecuniária, que atende a apenas um dos lados da relação sentimental.
A) expressa seus sentimentos em relação à vida como submissão a um incessante sofrimento, independentemente da sociedade em que está inserido.
B) emerge como força de resistência, representando a voz daqueles que foram submetidos, em qualquer tempo, a toda sorte de violência.
C) refere-se às ações de repressão à liberdade como algo justificável, pois é inerente à cultura de todos os tempos, em circunstâncias definidas.
D) mostra-se confiante no propósito de combater toda forma de opressão, incitando o leitor a partilhar o sentimento de justiça.
E) declara que sua arte é desvinculada da denúncia de crimes e injustiça, sugerindo implicitamente que não pode desviar-se de seu propósito.
A) A imagem sádica aparece encarnada pelo elemento masculino. Fiel ao requinte esteticista parnasiano decadentista, as primeiras estrofes aliam majestade à ruína, assinalando o gosto decadente pela monumentalidade que se esboroa.
B) Dentro do contexto do Arcadismo, o protagonista revela a ambição de ter uma vida simples e bucólica ao lado de sua amada.
C) A natureza torna-se, portanto, uma forte característica, a qual é descrita em diversos momentos.
D) Em um dado momento a personagem passa por um momento de epifania, que é uma súbita revelação ou compreensão de algo.
E) O protagonista parece conhecer bem o dito popular “felicidade é bom, mas dura pouco”, uma vez que ele se utiliza de todas as formas para prolongar seu sentimento de felicidade.
A) Fogo Morto (José Lins do Rego)
B) Lavoura Arcaica (Raduan Nassar)
C) Dôra, Doralina (Rachel de Queiroz)
D) O Incêndio de Roma (Olavo Bilac)
E) O Acendedor de Lampiões (Jorge de Lima)
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