A) “Ao diabo o bem-’star que trazia.” (1a estrofe)
B) “Todos os dias o via. Estou” (2a estrofe)
C) Quem era? Ora, era quem eu via.” (2a estrofe)
D) “Se morrer, não falto, e ninguém diria:” (5a estrofe)
E) “Ele era fixo, eu, o que vou,” (5a estrofe)
A) proporção e explicação.
B) causa e proporção.
C) tempo e consequência.
D) explicação e consequência.
E) tempo e causa.
A) "Após a queda, tomaram mais cuidado." e "Quanto mais espaço, mais liberdade.".
B) "Aos estrangeiros, ofereceram iguarias." e "Limpavam a casa, e preparávamos as refeições.".
C) "Colheram trigo e nós, algodão." e "Eles se encontraram nas férias, mas não viajaram.".
D) "Para meus amigos, o melhor." e "Organizava tudo, cautelosamente.".
E) "Viu o espetáculo, considerado o maior fenômeno de bilheteria." e "'Conheço muito bem', afirmou o rapaz.".
A) "imóvel" (L. 2).
B) "Robin" (L. 5).
C) "seus pais" (L. 9).
D) "se" (L. 12).
E) "vivo" (L. 15).
- Posso furar os olhos do povo?
Esta frase besta foi repetida muitas vezes e, em falta de coisa melhor, aceitei-a. Sem dúvida. As mulheres hoje não vivem como antigamente, escondidas, evitando os homens. Tudo é descoberto, cara a cara. Uma pessoa topa outra. Se gostou, gostou; se não gostou, até logo. E eu de fato não tinha visto nada. As aparências mentem. A terra não é redonda? Esta prova da inocência de Marina me pareceu considerável. Tantos indivíduos condenados injustamente neste mundo ruim! O retirante que fora encontrado violando afilha de quatro anos - estava ai um exemplo. As vizinhas tinham visto o homem afastando as pernas da menina, todo o mundo pensava que ele era um monstro. Engano. Quem pode lá jurar que isto é assim ou assado? Procurei mesmo capacitar-me de que Julião Tavares não existia. Julião Tavares era uma sensação. Uma sensação desagradável, que eu pretendia afastar de minha casa quando me juntasse àquela sensação agradável que ali estava a choramingar.
Graciliano Ramos, Angústia.
Em termos críticos, esse fragmento permite observar que, no plano maior do romance Angústia, o ponto de vista
A) se acomoda nos limites da vulgaridade.
B) tenta imitar a retórica dos dominantes.
C) reproduz a lógica do determinismo social.
D) atinge a neutralidade do espírito maduro.
E) revira os lados contrários da opinião.
Terça é dia de Veneza revelar as atrações de seu festival anual, cuja 77ª edição começa no dia 2 de setembro, com a dramédia "Lacei", do romano Daniele Luchetti, seguindo até 12/9, com 50 produções internacionais e uma expectativa (extraoficial) de colocar "West Side Story", de Steven Spielberg, na ribalta.
Rodrigo Fonseca. "À espera dos rugidos de Veneza".
O Estado de S. Paulo. Julho/2020. Adaptado.
Um processo de formação de palavras em língua portuguesa é o cruzamento vocabular, em que são misturadas pelo menos duas palavras na formação de uma terceira. A força expressiva dessa nova palavra resulta da síntese de significados e do inesperado da combinação, como é o caso de "dramédia" no texto. Ocorre esse mesmo tipo de formação em
A) "deleitura" e "namorido".
B) "passatempo" e "microvestido".
C) "hidrelétrica" e "sabiamente".
D) "arenista" e "girassol".
E) "planalto" e "multicor".
Romance LIII ou Das Palavras Aéreas
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Ai, palavras, ai, palavras,
sois de vento, ides no vento,
no vento que não retorna,
e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma!
Sois de vento, ides no vento,
e quedais, com sorte nova! (...)
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Perdão podieis ter sido!
- sois madeira que se corta,
- sois vinte degraus de escada,
- sois um pedaço de corda...
- sois povo pelas janelas,
cortejo, bandeiras, tropa...
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Éreis um sopro na aragem...
- sois um homem que se enforca!
Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência
A) são, vão, podiam, eram.
B) seriam, iriam, podiam, serão.
C) eram, foram, poderiam, seriam.
D) são, vão, poderiam, eram.
E) eram, iriam, podiam, seriam.
Romance LIII ou Das Palavras Aéreas
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Ai, palavras, ai, palavras,
sois de vento, ides no vento,
no vento que não retorna,
e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma!
Sois de vento, ides no vento,
e quedais, com sorte nova! (...)
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Perdão podieis ter sido!
- sois madeira que se corta,
- sois vinte degraus de escada,
- sois um pedaço de corda...
- sois povo pelas janelas,
cortejo, bandeiras, tropa...
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Éreis um sopro na aragem...
- sois um homem que se enforca!
Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência
A) fluidez nos ventos do presente e conteúdo fixo no passado.
B) forma abstrata no espaço e presença concreta na história.
C) leveza impalpável na arte e vigor nos documentos antigos.
D) sonoridade ruidosa nos ares e significado estável no papel.
E) lirismo irrefletido da poesia e peso justo dos acontecimentos.
Alferes, Ouro Preto em sombras
Espera pelo batizado,
Ainda que tarde sobre a morte do sonhador
Ainda que tarde sobre as bocas do traidor.
Raios de sol brilharão nos sinos:
Dez vias dar.
Ai Marilia, as liras e o amor
Não posso mais sufocar
E a minha voz irá
Pra muito além do desterro e do sal,
Maior que a voz do rei.
Aldir Blanc e João Bosco, trecho da canção "Alferes", de 1973.
A imagem deTiradentes-a quem Cecília Meireles qualificou "o Alferes imortal, radiosa expressão dos mais altos sonhos desta cidade, do Brasil e do próprio mundo", em palestra feita em Ouro Preto - torna a aparecer como símbolo da luta pela liberdade em vários momentos da cultura nacional. Os versos do letrista Aldir Blanc evocam, em novo contexto, o mártir sonhador para resistir ao discurso
A) da doutrina revolucionária de ligas politicamente engajadas.
B) da historiografia, que minimizou a importância de Tiradentes.
C) de autoritarismo e opressão, próprio da ditadura militar.
D) dos poetas árcades, que se dedicavam às suas liras amorosas.
E) da tirania portuguesa sobre os mineradores no ciclo do ouro.
I
- Traíste-me, Sem Medo. Tu traíste-me.
( ...)
Sabes o que tu és afinal, Sem Medo? És um ciumento. Chego a pensar se não és homossexual. Tu querias-me só, como tu. Um solitário do Mayombe. (...) Desprezo-te. (...) Nunca me verás atrás de uma garrafa vazia. (...) Cada sucesso que eu tiver, será a paga da tua bofetada, pois não serei um falhado como tu.
Pepetela, Mayombe. Adaptado.
II
- Peço-te perdão, Sem Medo. Não te compreendí, fui um imbecil. E quis igualar o inigualável.
Pepetela, Mayombe.
Esses excertos de Mayombe referem-se a conversas entre as personagens Comissário e Sem Medo em momentos distintos do romance. Em I e II, as falas do Comissário revelam, respectivamente,
A) incompatibilidade étnica entre ele e Sem Medo, por pertencerem a linhagens diferentes, e superação de sua hostilidade tribal.
B) decepção, por Sem Medo não ter intercedido a seu favor na conversa com Ondina, e desespero diante do companheiro baleado.
C) suspeita de traição de Ondina e tomada de consciência de que isso não passara de uma crise de ciúme dele.
D) forte tensão homoafetiva entre ele e Sem Medo, e aceitação da verdadeira orientação sexual do companheiro.
E) ira, diante do anticatolicismo de Sem Medo, e culpa que o atinge ao perceber que sua demonstração de coragem colocara o companheiro em risco.
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