Questões de Português para Vestibular

cód. #10360

UENP Concursos - Português - 2018 - Vestibular - 1º Dia

Leia o texto a seguir e responda à questão. 
Entalhando a felicidade
“Madeira é um elemento que tem que ser respeitado. Eu nasci numa casa de madeira, me criei numa casa de madeira. Ela era feita com árvores retiradas dali, da região”, conta José Belaque, 63. O artesão expõe suas peças no Calçadão de Londrina, esquina com Hugo Cabral, de segunda a sexta. Após uma vida dedicada ao trabalho contínuo e sistemático, Belaque parece ter encontrado, na madeira, a felicidade.
As peças são criadas para discursar. Os móveis para bonecas obedecem à arte vitoriana, período que estudou em um trabalho como guia turístico. Formas, desenhos, cores, tudo leva ao passado. “A minimização, ou seja, a cozinha do adulto que tinha nas fazendas, agora é feita para as bonecas. A criança vai aprendendo, por meio do brinquedo, a história”, afirma.
História na expressão e na própria madeira. “Isso tudo é um resgate. Foi uma árvore que deu frutos, sombra, conforto e de repente ela se torna um elemento positivo”, defende. “Quando eu era criança, não tinha indústria de brinquedos e a gente queria brincar. Então, os avós e pais construíam os brinquedos de uma forma artesanal. Eu quis voltar num tempo em que se construíam os brinquedos, elementos decorativos e móveis dentro de casa”, afirma.
Há quatro anos, tomou a decisão de viver da arte após a constatação de ter realizado bons trabalhos em sua carreira, já satisfeito com o ponto aonde tinha chegado. A oficina funciona no fundo da casa de Belaque. “Eu estou fazendo uma coisa que amo fazer, na hora em que tenho interesse, então eu digo que estou no período fetal. Eu almoço quando tenho fome, levanto quando o corpo pede, trabalho e me estendo até de madrugada quando estou empolgado”, sorri.
E vai criando conforme suas crenças e constatações expressas na madeira. Recicladas e não recicladas, afirma usar mais o pínus por questão de respeito e custo. As madeiras de primeira linha que possui são controladas e faz questão de afirmar: “Eu só trabalho com aquelas que têm o selo de controle, se não tiver eu não aceito, não compro. Não dou força para criar-se esse comércio”, argumenta.
No fim, o resultado é a felicidade baseada no respeito pela natureza, pela arte e pela sua história. “Dinheiro é maravilhoso, mas chega um período em que ele não é mais tão importante, porque a felicidade não é o dinheiro que traz. É você realizar aquilo que gosta de fazer. Isso é felicidade”, acredita.
(Adaptado de: GONÇALVES, É. Entalhando a felicidade. Londrina: Folha de Londrina, Folha Mais, 26 e 27 de maio de 2018, p. 1). 
A partir da leitura do texto, considere as afirmativas a seguir. I. Os móveis construídos pelo artesão resgatam a história da movelaria esculpida em miniatura. II. O texto desestimula a utilização não controlada de madeiras nobres na manufatura de brinquedos. III. Trata-se de um texto essencialmente técnico e parcial, o que caracteriza o texto jornalístico. IV. Por se tratar de um texto jornalístico, a linguagem utilizada é rebuscada, direta e subjetiva.
Assinale a alternativa correta.

A) Somente as afirmativas I e II são corretas.

B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

A B C D E

cód. #10616

PUC - SP - Português - 2018 - Vestibular - Segundo Semestre

Os textos a seguir servirão de base para a realização da questão.


Texto I

Desafio da nossa época é lidar com a abundância

Leandro Narloch, Folha de S.Paulo - 25.abr.2018 às 9h06


A abundância, quem diria, se tornou um problema. A humanidade passou milênios tentando sobreviver à fome, ao desabrigo e à escassez: hoje precisa aprender a lidar com excesso.

Temos alimentos demais, bugigangas demais, roupas, carros, embalagens, papéis, remédios, drogas, livros, filmes, eletrônicos e diversões demais. Ainda estamos aprendendo a viver no meio de tantas coisas.

Artista faz intervenção na avenida Paulista sobre consumismo
Marcus Leoni - 10.jan.2016/Folhapress


É uma delícia de problema, é claro. Até o século 18, a teoria malthusiana fazia sentido. O crescimento da população levava à escassez de comida e assim à diminuição da poluição. Crises de fome ceifavam multidões todos os séculos.
A Revolução Industrial nos fez escapar dessa armadilha. Produzindo mais com menos esforço, operamos um milagre: a população explodiu e a riqueza também. A fome, até então uma condição natural da humanidade, se tornou uma anomalia. 
Luxos que antes eram reservados a reis ou milionários (chás ou janelas com vidros e cortinas, por exemplo) entraram na casa de trabalhadores comuns.
É claro que boa parte do mundo ainda enfrenta a fome e a escassez. Mas não é por falta de conhecimento que isso acontece. Pelo contrário, o caminho da prosperidade já está mais ou menos mapeado e pavimentado.
A abundância é um tipo de problema chique, que todo mundo gostaria de ter. Como o da grã-fina que está cansada de passar as férias em Paris. Mas ainda assim é um problema.
Muitas más notícias que os jornais publicam hoje são produtos da abundância: o trânsito, a obesidade, a poluição, o lixo, o tempo que crianças gastam em frente a telas. Não só crianças, mas os adultos — que em média tocam 2600 vezes no celular por dia.
As pessoas parecem meio perdidas entre tanto conforto e atrações que desviam a atenção. Se perdem em realizações imediatas de consumo, sem foco e força de vontade para perseguir grandes desejos ou objetivos mais ousados.
Se o problema já é grave hoje, imagine no futuro. O autocontrole será cada vez mais necessário. Nossos filhos e netos terão que aprender desde cedo a se controlar diante do excesso de comida, de drogas, de opções de vida e de diversão.
O mundo capitalista já resolveu o problema da escassez: precisa agora de uma educação para a abundância.

Leandro Narloch - Jornalista, mestre em filosofia e autor do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, entre outros.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/leandro-narloch/2018/04/desafio-da-nossa-epoca-e-lidar-com-a-abundancia.shtml> . Acesso em: 25 abr. 2018.


Texto 2
Texto de Gilmar Machado, publicado em 8 jan. 2018.
Disponível em: <https://www.humorpolitico.com.br/
tag/meio-ambiente/> . Acesso em: 12 mar. 2018.



Texto 3 

Consumo e desperdício: as duas faces das desigualdades
Ana Tereza Caceres Cortez - Professora adjunta do Departamento de Geografia
Instituto de Geociências e Ciências Exatas - IGCE/Unesp, Rio Claro

Um dos símbolos do sucesso das economias capitalistas modernas é a abundância dos bens de consumo, continuamente produzidos pelo sistema industrial. Essa fartura passou a receber uma conotação negativa, sendo objeto de críticas que consideram o consumismo um dos principais problemas das sociedades industriais modernas.

Consumismo é o ato de consumir produtos ou serviços, muitas vezes, sem consciência. Há várias discussões a respeito do tema, entre elas o tipo de papel que a propaganda e a publicidade exercem nas pessoas, induzindo-as ao consumo, mesmo que não necessitem de um produto comprado. Muitas vezes, as pessoas compram produtos que não têm utilidade para elas, ou até mesmo coisas desnecessárias apenas por vontade de comprar, evidenciando até uma doença.

Segundo o Dicionário Houaiss, consumismo é “ato, efeito, fato ou prática de consumir (‘comprar em demasia’)” e “consumo ilimitado de bens duráveis, especialmente artigos supérfluos”.

O simples “consumo” é entendido como as aquisições racionais, controladas e seletivas baseadas em fatores sociais e ambientais e no respeito pelas gerações futuras. Já o consumismo pode ser definido como uma compulsão para consumir. Mas como fazer para não aderir ao perfil consumista? A fórmula clássica e aparentemente simples é distinguir o essencial do necessário e o necessário do supérfluo. No entanto, é muito difícil estabelecer o limite entre consumo e consumismo, pois a definição de necessidades básicas e supérfluas está intimamente ligada às características culturais da sociedade e do grupo a que pertencemos. O que é básico para uns pode ser supérfluo para outros e vice-versa. 

Trecho de CORTEZ, Ana Tereza Caceres. Consumo e desperdício: as duas faces das desigualdades. In:
CORTEZ, A.T.C.; ORTIGOZA, S.A.G. (Org.). Da produção ao consumo: impactos socioambientais no
espaço urbano. São Paulo: UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. Disponível em: <http://books.
scielo.org/id/n9brm/pdf/ortigoza-9788579830075-03.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2018. [Adaptado]
Em relação à linguagem empregada na construção dos textos:

A) no texto 1, predomina o registro formal, de modo a garantir a credibilidade de quem escreve; no texto 3, a informalidade, pois o assunto, por ser complexo, precisa ser facilitado.

B) no texto 1, sobressai-se a informalidade, por ser essa a marca dos textos publicados na internet; no texto 3, prepondera o registro informal, pois essa é uma das características dos textos acadêmicos.

C)

no texto 1, há a presença de algumas ocorrências informais, a fim de estabelecer mais proximidade com o leitor;

no texto 3, prevalece a formalidade, por causa do contexto acadêmico em que circula o texto.



D)

no texto 1, sobressaem características de regionalismos;

no texto 3, recorrem usos típicos da coloquialidade, por se tratar de texto retirado da internet.



A B C D E

cód. #10872

FGV - Português - 2018 - Vestibular - Administração Pública

                                         


      À hora do primeiro almoço, como prometera, Aristarco mostrou-se em toda a grandeza fúnebre dos justiçadores. De preto. Calculando magnificamente os passos pelos do diretor, seguiam-no em guarda de honra muitos professores. À porta fronteira, mais professores de pé e os bedéis ainda, e a multidão bisbilhoteira dos criados.

      Tão grande a calada, que se distinguia nítido o tique-taque do relógio, na sala de espera, palpitando os ansiados segundos.

      Aristarco soprou duas vezes através do bigode, inundando o espaço com um bafejo de todo-poderoso.

      E, sem exórdio:

      “Levante-se, Sr. Cândido Lima! “Apresento-lhes, meus senhores, a Sra. D. Cândida”, acrescentou com uma ironia desanimada.

      “Para o meio da casa! e curve-se diante dos seus colegas!”

      Cândido era um grande menino, beiçudo, louro, de olhos verdes e maneiras difíceis de indolência e enfado. Atravessou devagar a sala, dobrando a cabeça, cobrindo o rosto com a manga, castigado pela curiosidade pública.

      “Levante-se, Sr. Emílio Tourinho...

       Este é o cúmplice, meus senhores!”

      Tourinho era um pouco mais velho que o outro, porém mais baixo; atarracado, moreno, ventas arregaladas, sobrancelhas crespas, fazendo um só arco pela testa. Nada absolutamente conformado para galã; mas era com efeito o amante.

      “Venha ajoelhar-se com o companheiro.”

      “Agora, os auxiliares...”

      Desde as cinco horas da manhã trabalhava Aristarco no processo. O interrogatório, com o apêndice das delações da polícia secreta e dos tímidos, comprometera apenas dez alunos.

      A chamado do diretor, foram deixando os lugares e postando-se de joelhos em seguimento dos principais culpados.

      “Estes são os acólitos da vergonha, os corréus do silêncio!”

      Cândido e Tourinho, braço dobrado contra os olhos, espreitavam-se a furto, confortando-se na identidade da desgraça, como Francesca e Paolo* no inferno.

      Prostrados os doze rapazes perante Aristarco, na passagem alongada entre as cabeceiras das mesas, parecia aquilo um ritual desconhecido de noivado: a espera da bênção para o casal à frente.

      Em vez da bênção chovia a cólera.

                                                                                                Raul Pompeia, O Ateneu.

* Francesca e Paolo: personagens de A Divina Comédia, de Dante Alighieri. 

As personagens que compõem a cena são descritas pelo narrador, ora de maneira concisa, por meio de breves estruturas frasais, ora de maneira detalhada, por meio do uso de farta adjetivação. É o que se verifica, respectivamente, com as personagens identificadas no texto pelas expressões

A) “diretor” / “professores” e “bedéis”.

B) “polícia secreta dos tímidos” / “acólitos da vergonha”.

C) “professores”, “bedéis” e “criados” / “principais culpados”.

D) “acólitos da vergonha” / “diretor”, “professores”, “bedéis” e “criados”.

E) “principais culpados” / “polícia secreta dos tímidos”.

A B C D E

cód. #8057

INEP - Português - 2018 - Provas: Vestibular Segundo Semestre - Língua Inglesa Vestibular Segundo Semestre - Língua Espanhola

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere o texto abaixo.


Disponív l m: <http://www.r vista ducacao.com.br/um-pr mio-para-todos-qu -alfab tizam/>. c sso m: 16 mar. 2018.

Os adjtivos “profícua” (l. 03) “árido” (l. 05) encontram, respectivamente, sinônimos mais adequados em qual das alternativas abaixo?

A) propícia – rude

B) favorável – áspero

C) conveniente – improdutivo

D) benéfica – insensível

E) próspera – frio

A B C D E

cód. #9593

UNEB - Português - 2018 - Vestibular - Português/Inglês/Ciências humanas

Mágoas
Quando nasci, num mês de tantas flores,
Todas murcharam, tristes, langorosas,
Tristes fanaram redolentes rosas,
Morreram todas, todas sem olores.

Mais tarde da existência nos verdores
Da infância nunca tive as venturosas
Alegrias que passam bonançosas,
Oh! Minha infância nunca tive flores!

Volvendo à quadra azul da mocidade,
Minh’alma levo aflita à Eternidade,
Quando a morte matar meus dissabores.

Cansado de chorar pelas estradas,
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz de minhas dores!
ANJOS, Augusto. Mágoas. Eu e outras poesias. Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2018.
Considerando-se os recursos de estilo do poema “Mágoas” e a escola literária em que o poeta está inserido, é procedente o que se afirma em

A) O epíteto de “Poeta da Morte”, que os críticos literários atribuem ao poeta, dá-se pela presença de um antilirismo exagerado, seguramente comprovada no poema em questão.

B) O uso do soneto como forma de expressão poética permite classificá-lo como um poeta da vanguarda modernista.

C) Augusto dos Anjos, assim como Álvares de Azevedo, em “Adeus, meus sonhos”, cantou suas angústias de adolescente, daí o seu epiteto poeta do byronismo.

D) A subjetividade do poema e o uso da função emotiva da linguagem permitem inserir seu autor na geração romântica, em que também se encontra Castro Alves.

E) As metáforas e suas associações às circunstâncias da vida mostram uma forte influência do Simbolismo, sobretudo em relação ao sofrimento e à transcendência.

A B C D E

cód. #10361

UENP Concursos - Português - 2018 - Vestibular - 1º Dia

Leia a charge a seguir

A charge acima traz implícita uma máxima, ou seja, uma frase sentenciosa, concisa, de verdade comprovada, baseada na secular experiência do povo. Com base nesse pressuposto, assinale a alternativa que melhor define esse princípio.

A) Quem dá aos pobres empresta a Deus.

B) Nem tudo é o que parece ser.

C) Quem tudo quer tudo perde.

D) Quem não tem cão caça com gato.

E) Quem tem boca vai a Roma.

A B C D E

cód. #10617

PUC - SP - Português - 2018 - Vestibular - Segundo Semestre

Os textos a seguir servirão de base para a realização da questão.


Texto I

Desafio da nossa época é lidar com a abundância

Leandro Narloch, Folha de S.Paulo - 25.abr.2018 às 9h06


A abundância, quem diria, se tornou um problema. A humanidade passou milênios tentando sobreviver à fome, ao desabrigo e à escassez: hoje precisa aprender a lidar com excesso.

Temos alimentos demais, bugigangas demais, roupas, carros, embalagens, papéis, remédios, drogas, livros, filmes, eletrônicos e diversões demais. Ainda estamos aprendendo a viver no meio de tantas coisas.

Artista faz intervenção na avenida Paulista sobre consumismo
Marcus Leoni - 10.jan.2016/Folhapress


É uma delícia de problema, é claro. Até o século 18, a teoria malthusiana fazia sentido. O crescimento da população levava à escassez de comida e assim à diminuição da poluição. Crises de fome ceifavam multidões todos os séculos.
A Revolução Industrial nos fez escapar dessa armadilha. Produzindo mais com menos esforço, operamos um milagre: a população explodiu e a riqueza também. A fome, até então uma condição natural da humanidade, se tornou uma anomalia. 
Luxos que antes eram reservados a reis ou milionários (chás ou janelas com vidros e cortinas, por exemplo) entraram na casa de trabalhadores comuns.
É claro que boa parte do mundo ainda enfrenta a fome e a escassez. Mas não é por falta de conhecimento que isso acontece. Pelo contrário, o caminho da prosperidade já está mais ou menos mapeado e pavimentado.
A abundância é um tipo de problema chique, que todo mundo gostaria de ter. Como o da grã-fina que está cansada de passar as férias em Paris. Mas ainda assim é um problema.
Muitas más notícias que os jornais publicam hoje são produtos da abundância: o trânsito, a obesidade, a poluição, o lixo, o tempo que crianças gastam em frente a telas. Não só crianças, mas os adultos — que em média tocam 2600 vezes no celular por dia.
As pessoas parecem meio perdidas entre tanto conforto e atrações que desviam a atenção. Se perdem em realizações imediatas de consumo, sem foco e força de vontade para perseguir grandes desejos ou objetivos mais ousados.
Se o problema já é grave hoje, imagine no futuro. O autocontrole será cada vez mais necessário. Nossos filhos e netos terão que aprender desde cedo a se controlar diante do excesso de comida, de drogas, de opções de vida e de diversão.
O mundo capitalista já resolveu o problema da escassez: precisa agora de uma educação para a abundância.

Leandro Narloch - Jornalista, mestre em filosofia e autor do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, entre outros.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/leandro-narloch/2018/04/desafio-da-nossa-epoca-e-lidar-com-a-abundancia.shtml> . Acesso em: 25 abr. 2018.


Texto 2
Texto de Gilmar Machado, publicado em 8 jan. 2018.
Disponível em: <https://www.humorpolitico.com.br/
tag/meio-ambiente/> . Acesso em: 12 mar. 2018.



Texto 3 

Consumo e desperdício: as duas faces das desigualdades
Ana Tereza Caceres Cortez - Professora adjunta do Departamento de Geografia
Instituto de Geociências e Ciências Exatas - IGCE/Unesp, Rio Claro

Um dos símbolos do sucesso das economias capitalistas modernas é a abundância dos bens de consumo, continuamente produzidos pelo sistema industrial. Essa fartura passou a receber uma conotação negativa, sendo objeto de críticas que consideram o consumismo um dos principais problemas das sociedades industriais modernas.

Consumismo é o ato de consumir produtos ou serviços, muitas vezes, sem consciência. Há várias discussões a respeito do tema, entre elas o tipo de papel que a propaganda e a publicidade exercem nas pessoas, induzindo-as ao consumo, mesmo que não necessitem de um produto comprado. Muitas vezes, as pessoas compram produtos que não têm utilidade para elas, ou até mesmo coisas desnecessárias apenas por vontade de comprar, evidenciando até uma doença.

Segundo o Dicionário Houaiss, consumismo é “ato, efeito, fato ou prática de consumir (‘comprar em demasia’)” e “consumo ilimitado de bens duráveis, especialmente artigos supérfluos”.

O simples “consumo” é entendido como as aquisições racionais, controladas e seletivas baseadas em fatores sociais e ambientais e no respeito pelas gerações futuras. Já o consumismo pode ser definido como uma compulsão para consumir. Mas como fazer para não aderir ao perfil consumista? A fórmula clássica e aparentemente simples é distinguir o essencial do necessário e o necessário do supérfluo. No entanto, é muito difícil estabelecer o limite entre consumo e consumismo, pois a definição de necessidades básicas e supérfluas está intimamente ligada às características culturais da sociedade e do grupo a que pertencemos. O que é básico para uns pode ser supérfluo para outros e vice-versa. 

Trecho de CORTEZ, Ana Tereza Caceres. Consumo e desperdício: as duas faces das desigualdades. In:
CORTEZ, A.T.C.; ORTIGOZA, S.A.G. (Org.). Da produção ao consumo: impactos socioambientais no
espaço urbano. São Paulo: UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. Disponível em: <http://books.
scielo.org/id/n9brm/pdf/ortigoza-9788579830075-03.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2018. [Adaptado]
A pergunta retórica “Mas como fazer para não aderir ao perfil consumista?”, presente no último parágrafo do texto 3, tem função de

A) desencadear reflexão sobre algo que não se questiona, além de estimular uma resposta imediata do interlocutor, ou seja, fazer que o interlocutor responda à autora.

B) demandar uma resposta retórica dos leitores, isto é, que eles se dirijam à autora com um discurso ornamentado com figuras de linguagem.

C) criar interesse no leitor e levá-lo a refletir sobre algo que é inquestionável, ainda que não demande obtenção de resposta do leitor.

D) introduzir um apelo à leitura e impor uma resposta imediata do interlocutor, que deverá atender ao que necessitam muitos brasileiros.

A B C D E

cód. #10873

FGV - Português - 2018 - Vestibular - Administração Pública

                                         


      À hora do primeiro almoço, como prometera, Aristarco mostrou-se em toda a grandeza fúnebre dos justiçadores. De preto. Calculando magnificamente os passos pelos do diretor, seguiam-no em guarda de honra muitos professores. À porta fronteira, mais professores de pé e os bedéis ainda, e a multidão bisbilhoteira dos criados.

      Tão grande a calada, que se distinguia nítido o tique-taque do relógio, na sala de espera, palpitando os ansiados segundos.

      Aristarco soprou duas vezes através do bigode, inundando o espaço com um bafejo de todo-poderoso.

      E, sem exórdio:

      “Levante-se, Sr. Cândido Lima! “Apresento-lhes, meus senhores, a Sra. D. Cândida”, acrescentou com uma ironia desanimada.

      “Para o meio da casa! e curve-se diante dos seus colegas!”

      Cândido era um grande menino, beiçudo, louro, de olhos verdes e maneiras difíceis de indolência e enfado. Atravessou devagar a sala, dobrando a cabeça, cobrindo o rosto com a manga, castigado pela curiosidade pública.

      “Levante-se, Sr. Emílio Tourinho...

       Este é o cúmplice, meus senhores!”

      Tourinho era um pouco mais velho que o outro, porém mais baixo; atarracado, moreno, ventas arregaladas, sobrancelhas crespas, fazendo um só arco pela testa. Nada absolutamente conformado para galã; mas era com efeito o amante.

      “Venha ajoelhar-se com o companheiro.”

      “Agora, os auxiliares...”

      Desde as cinco horas da manhã trabalhava Aristarco no processo. O interrogatório, com o apêndice das delações da polícia secreta e dos tímidos, comprometera apenas dez alunos.

      A chamado do diretor, foram deixando os lugares e postando-se de joelhos em seguimento dos principais culpados.

      “Estes são os acólitos da vergonha, os corréus do silêncio!”

      Cândido e Tourinho, braço dobrado contra os olhos, espreitavam-se a furto, confortando-se na identidade da desgraça, como Francesca e Paolo* no inferno.

      Prostrados os doze rapazes perante Aristarco, na passagem alongada entre as cabeceiras das mesas, parecia aquilo um ritual desconhecido de noivado: a espera da bênção para o casal à frente.

      Em vez da bênção chovia a cólera.

                                                                                                Raul Pompeia, O Ateneu.

* Francesca e Paolo: personagens de A Divina Comédia, de Dante Alighieri. 

A ilustração que acompanha o texto, a exemplo das demais imagens que ilustram O Ateneu, foi feita pelo próprio autor e se tornou parte indissociável da obra, em suas boas edições. No trecho aqui reproduzido, a ilustração tem, sobretudo, a função de

A) caricaturar as personagens, exagerando-lhes os traços mais típicos e característicos.

B) introduzir uma pausa na leitura, de modo a propiciar algum descanso ao receptor do texto.

C) auxiliar o leitor a compreender o texto, tendo em vista o caráter hermético e raro de seu vocabulário.

D) enfatizar o aspecto grotesco das personagens, de modo a reforçar a crítica de que são objeto.

E) destacar o momento da narrativa a que se vincula, sublinhando o sofrimento infligido aos garotos, expostos ao olhar dos outros.

A B C D E

cód. #11129

IF-MT - Português - 2018 - Vestibular

Texto IV: base para a questão.


                          Um homem de consciência


      Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.

      Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.

      Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.

      — Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons - agora só um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está acabando...

      João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.

      — É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.

      Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...

      Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!...

    João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu cavalo magro e partiu.

     — Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?

     — Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.

— Mas, como? Agora que você está delegado?

— Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus. E sumiu."

(Monteiro Lobato, CIDADES MORTAS. 12a Edição. São Paulo, Editora Brasiliense, 1965)

As marcas narrativas presentes no texto são características da preponderância do discurso:

A) direto.

B) indireto.

C) indireto livre.

D) expositivo.

E) injuntivo.

A B C D E

cód. #8058

INEP - Português - 2018 - Provas: Vestibular Segundo Semestre - Língua Inglesa Vestibular Segundo Semestre - Língua Espanhola

INSTRUÇÃO: Para responder às questões de 31 a 36, considere o texto abaixo. 




NOGUEIRA, Salvador. Os legados do gênio Stephen Hawking, na ciência e na vida. Disponível em:

<https://super.abril.com.br/ciencia/os-legados-do-genio-na-ciencia-e-na-vida/>.

Acesso em: 22 mar. 2018. (adaptado)

Considere as seguintes afirmações acerca do emprego de tempos verbais no texto.

I - Os v rbos “s ria” (l. 01) “ ntrou” (l. 05) estão conjugados no modo indicativo.
II - Todos os verbos do quarto parágrafo estão conjugados no pretérito imperfeito do indicativo, porque fazem referência a rotinas e hábitos do passado.
III - Os v rbos “Imagin ” (l. 18) “acho” (l. 27) estão conjugados no presente do subjuntivo.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas II.

C) Apenas III.

D) Apenas I e II.

E) I, II e III.

A B C D E

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