A) o uso constante de sujeitos pospostos aos verbos principais, nos segmentos sublinhados.
B) a predominância da inclusão do autor na formulação do discurso, o que fica claro no uso de referências ao discurso direto
C) uma reiteração, na medida em que se reforça uma ideia com termos semanticamente bastante próximos.
D) a total omissão aos contextos e às circunstâncias que justificariam as afirmações feitas.
E) a falta de recursos coesivos, como conjunções e pronomes, dificultando-se o entendimento de sua coerência.
A) É um texto narrativo, cujos personagens são os negros, e com acontecimentos que marcam uma situação específica no tempo e no espaço.
B) Caracteriza-se como um texto dissertativo, no qual o autor correlaciona o preconceito racial velado com o histórico do racismo no Brasil.
C) Configura-se como um texto opinativo, porque a pessoa que escreve posiciona-se a respeito do assunto, expondo o que pensa sobre a temática em questão.
D) Essencialmente descritivo, é um texto caracterizado por descrever os personagens, detalhadamente, possibilitando ao leitor criar uma imagem mental dos seres descritos.
E) Trata-se de um relato pessoal, dando a conhecer um problema específico enfrentado por uma pessoa em particular.
A) “O mundo será melhor quando (...) transformarmos os discursos sobre fraternidade em gestos de solidariedade”.
B) “Talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós”.
C) “Pais, filósofos e educadores concordam quanto aos valores a serem transmitidos e preservados”.
D) “Infelizmente, também somos muito distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um ‘piloto automático’”.
E) “A hipocrisia está a um passo à frente do cinismo, na medida em que o hipócrita sabe qual é o caminho do bem”.
Leia um trecho do poema A Flor e a Náusea.
Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas,
alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
[....]
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
E lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
ANDRADE, C. D. Antologia Poética. Rio de Janeiro. José Olympio, 1978
A partir da leitura do trecho de A Flor e a Náusea, poema do modernista Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa em que o conceito é adequado à temática apresentada nos versos.
A) Disciplina: obediência às regras, aos superiores, aos regulamentos, postura que é defendida pelo eu lírico.
B) Dissimulação: ocultação, por um indivíduo, de suas verdadeiras intenções, uma vez que o eu lírico tenta esconder sua reação diante do surgimento da flor.
C) Esperança: sentimento vivido pelo eu lírico, pois ele vê como possíveis a confiança em algo promissor e a realização de mudanças.
D) Nostalgia: melancolia profunda causada pelo distanciamento entre o eu lírico e sua terra natal.
E) Resignação: submissão à vontade do destino, postura adotada pelo eu lírico que se mostra alienado e indiferente.
A) as selfies ainda serão mencionadas.
B) as selfies já haviam sido mencionadas.
C) o texto relata um fato atual.
D) o texto se passa no momento presente.
E) Nenhuma das alternativas anteriores
A) nos sentidos expressos pelas palavras ‘fraternidade’ e ‘solidariedade’.
B) no nível de abstração de nossos discursos e no plano empírico de nossas opções.
C) na oposição semântica entre os conceitos de hipocrisia e cinismo.
D) na opção pela ética como simples resultado do temor à punição ou à censura.
E) na transmissão e preservação dos valores éticos a cargo do discurso pedagógico.
Leia o texto para responder à questão.
13 de maio Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.
...Nas prisões os negros eram os bodes espiatorios. [....]
Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.
..Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:
– Viva a mamãe!
A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:
– “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina.”
...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!
29 de maio [....]
...Há de existir alguem que lendo o que eu escrevo dirá...isto é mentira! Mas, as miserias são reais.
MARIA DE JESUS, Carolina. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 2017. Adaptado.
A) Hoje amanheceu chovendo por ser um dia simpático para mim, posto que é o dia da Abolição quando comemoramos a libertação dos escravos.
B) Eu tenho tanto dó dos meus filhos, pois, quando eles veem as coisas para comer, eles bradam: “Viva a mamãe”.
C) Como continua chovendo, eu só tenho feijão e sal. A chuva está forte, logo, mandei os meninos para a escola.
D) Estou escrevendo mesmo que passe a chuva, depois disso eu irei ao senhor Manuel vender ferros.
E) A manifestação me agrada, desde que eu já perdera o hábito de sorrir.
A) O jogo leva o nome “20 questions”, porque quem tenta adivinhar o pensamento do outro só pode fazer 20 perguntas.
B) Os perguntadores usavam um capacete equipado com uma bobina magnética e podiam escolher o que questionar.
C) Os respondentes recebiam as perguntas via computador e tinham que olhar para uma das duas luzes piscantes que ficavam ao lado da sua tela.
D) Os voluntários foram divididos em duas categorias: os “respondedores” e os “perguntadores”.
E) Nenhuma das alternativas anteriores.
A) seja entendida a diferença entre um princípio teórico e seus respectivos sensos contraditórios.
B) sejam nossos discursos o caminho mais fácil para se ter acesso aos valores da ética.
C) o cinismo e a alienação dos jovens podem retardar desempenhos civis de solidariedade.
D) haja coerência entre as argumentações teóricas e as manifestações de procedimentos concretos.
E) sentimentos incoerentes não subjazem e não se associam à experiência humana.
A) A canção de Clara Nunes exalta a capacidade das manifestações artísticas de representar as dores e sustentar a resistência a elas.
B) Ambas as canções revisitam o passado escravocrata pela perspectiva da continuidade, relacionando-o, ora à condição dos trabalhadores, ora aos regimes de segregação.
C) A canção de Milton Nascimento é um tipo de súplica pela mudança, decorrendo daí a menção “A aurora que esperamos”.
D) Ambas as canções apresentam uma visão pessimista acerca da futura condição das populações segregadas, condição originada de um passado com marcas no presente.
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