Leia o texto para responder à questão.
13 de maio Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.
...Nas prisões os negros eram os bodes espiatorios. [....]
Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.
..Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:
– Viva a mamãe!
A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:
– “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina.”
...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!
29 de maio [....]
...Há de existir alguem que lendo o que eu escrevo dirá...isto é mentira! Mas, as miserias são reais.
MARIA DE JESUS, Carolina. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 2017. Adaptado.
Considere a charge
Comparando a charge ao texto de Carolina Maria de Jesus, conclui-se corretamente que ambos se relacionam à temática
A) do subemprego, a exemplo das passagens “com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça” e “eu não pude ir catar papel”.
B) do racismo, a exemplo da passagem “Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros”
C) da solidariedade, a exemplo da passagem “eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida”.
D) da violência urbana, a exemplo da passagem “A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o hábito de sorrir”.
E) da adversidade climática, a exemplo da passagem “...Choveu, esfriou. É o inverno que chega”.
A) aguçar a curiosidade dos leitores para a leitura de pensamentos.
B) apresentar o novo estudo da Universidade de Washington.
C) avaliar a importância da nova descoberta para as pessoas em geral.
D) mostrar como se comportam as pessoas que são pesquisadas.
E) nenhuma das alternativas anteriores.
A) Quando Felipe é acometido por uma grave doença.
B) Quando Felipe sai de casa e se perde.
C) Quando Felipe entra para a escola.
D) Quando Felipe vai morar com os avós.
E) Quando Felipe falece.
Veja a reprodução da obra O jantar, de Jean-Baptiste Debret, de 1827.
Realizando uma leitura dos elementos que compõem a tela, todas as alternativas estão corretas, EXCETO
A) Trata-se de uma cena cotidiana do Brasil escravocrata, opondo as classes sociais quanto à divisão do trabalho e do que é produzido por ele.
B) A centralidade da mesa de jantar sugere a larga produtividade agrícola do Brasil colônia, marcado pelas riquezas trazidas pela monocultura da cana de açúcar.
C) A posição dos personagens na tela reproduz simbolicamente o espaço ocupado por eles na sociedade do séc. XIX.
D) Debret, através da tela, documenta o cotidiano carioca, destacando uma cena simbólica no que se refere às relações entre os estamentos sociais.
Leia o texto para responder à questão.
13 de maio Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.
...Nas prisões os negros eram os bodes espiatorios. [....]
Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.
..Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:
– Viva a mamãe!
A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:
– “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina.”
...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!
29 de maio [....]
...Há de existir alguem que lendo o que eu escrevo dirá...isto é mentira! Mas, as miserias são reais.
MARIA DE JESUS, Carolina. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 2017. Adaptado.
A) Dona Ida peço-te se pode arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos.
B) E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!
C) Mesmo assim, mandei os meninos para a escola.
D) Dez minutos depois eles querem mais comida.
E) Hoje choveu e eu não pude ir catar papel.
A) As ideias do terceiro parágrafo mantêm com as do segundo uma relação de confronto.
B) O articulista, na defesa de sua tese, aponta, além das novas tecnologias da informação, outras causas de exclusão social.
C) As transformações esperadas com a revolução tecnológica se efetivaram plenamente nos países desenvolvidos.
D) As informações veiculadas no texto levam à conclusão de que a revolução tecnológica demarcou fronteiras socioculturais no mundo globalizado.
E) Nenhuma das alternativas anteriores.
Leia o poema e as afirmativas a seguir.
O filho do século
Nunca mais andarei de bicicleta
Nem conversarei no portão
Com meninas de cabelos cacheados
Adeus valsa "Danúbio Azul"
Adeus tardes preguiçosas
Adeus cheiros do mundo sambas
Adeus puro amor
Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem
Não tenho forças para gritar um grande grito
Cairei no chão do século vinte
Aguardem-me lá fora
As multidões famintas justiceiras
Sujeitos com gases venenosos
É a hora das barricadas
É a hora da fuzilamento, da raiva maior
Os vivos pedem vingança
Os mortos minerais vegetais pedem vingança
É a hora do protesto geral
É a hora dos vôos destruidores
É a hora das barricadas, dos fuzilamentos
Fomes desejos ânsias sonhos perdidos, M
Misérias de todos os países uni-vos
Fogem a galope os anjos-aviões
Carregando o cálice da esperança
Tempo espaço firmes porque me abandonastes.
MENDES, Murilo. O Visionário. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 239-240.
I. Pode-se dizer que o poema apresenta dois momentos distintos: o primeiro se refere à época anterior à chegada do novo século e o segundo, ao século XX.
II. Todas as situações mencionadas no poema evocam um mundo em que a vida é simples e prazerosa, parecendo ser proveniente da inocência e da ingenuidade.
III. O novo século é caracterizado ao longo do poema pela dor, pelo sofrimento, pela violência e pela morte e desmonta-se em cenas de desesperança.
IV. No verso “Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem” representa-se a descrença espiritual ou o abandono da religião, já que a fé de nada adianta, considerando a realidade que se impõe.
Marque a alternativa CORRETA:
A) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
B) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
C) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
D) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
E) Somente a afirmativa IV está correta.
A) Essa prosa romântica indianista contribui para a construção de uma metáfora da transfiguração étnica da história da nação brasileira.
B) A personagem-título, anagrama de América, representa a tensão experimentada em uma nação mestiça.
C) O lirismo da composição alencariana não apaga o presságio de uma certa marginalização feminina.
D) Trata-se de uma adequada abordagem da representação do índio na literatura brasileira contemporânea.
Leia o texto para responder à questão.
13 de maio Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.
...Nas prisões os negros eram os bodes espiatorios. [....]
Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.
..Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:
– Viva a mamãe!
A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:
– “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina.”
...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!
29 de maio [....]
...Há de existir alguem que lendo o que eu escrevo dirá...isto é mentira! Mas, as miserias são reais.
MARIA DE JESUS, Carolina. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 2017. Adaptado.
O texto foi retirado do livro Quarto de Despejo, diário escrito por Carolina Maria de Jesus, moradora da favela do Canindé, em São Paulo, na década de 1950. A edição reproduz fielmente os manuscritos originais.
Analisando a linguagem apresentada no trecho, conclui-se corretamente que
A) a autora não apresenta reflexão crítica sobre suas experiências por desconhecer a variedade culta do português.
B) o fato de a autora não utilizar a variedade culta se deve ao gênero do texto, uma vez que diários não são escritos visando à publicação.
C) os problemas de ortografia, como em “espiatorio”, e de concordância, como em “quando eles vê”, ocorrem por predominar no texto o sentido denotativo.
D) o texto é predominantemente conotativo, o que se nota por expressões como “hoje amanheceu chovendo” e “a chuva passou”.
E) o texto aborda, de forma crítica e empregando linguagem informal, temas relevantes à sociedade, como fome e pobreza.
A) os avanços tecnológicos e científicos têm oportunizado, de uma forma ou de outra, a melhoria da qualidade de vida da maior parte da população mundial.
B) a sofisticação dos recursos tecnológicos vem cumprindo, na prática o seu papel social ao exigir a implementação de políticas que priorizem a educação e o desenvolvimento do país.
C) o ingresso na sociedade do conhecimento está muito mais relacionada com o desenvolvimento do país em que a pessoa vive do que propriamente com suas condições socioeconômicas.
D) as possibilidades de a América Latina sair do marasmo em que se encontra, do ponto de vista tecnocientífico em relação a outras reações, dependem de os países que a compõem reverem seus valores educacionais.
E) Nenhuma das alternativas anteriores.
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