Questões de Português para Vestibular

cód. #4874

INEP - Português - 2019 - Vestibular - Segundo Semestre



TEXTO 1
Maria

    Maria estava parada há mais de meia hora no ponto do ônibus. Estava cansada de esperar. Se a distância fosse menor, teria ido a pé. Era preciso mesmo ir se acostumando com a caminhada. O preço da passagem estava aumentando tanto! Além do cansaço, a sacola estava pesada. No dia anterior, no domingo, havia tido festa na casa da patroa. Ela levava para casa os restos. (...)
    O ônibus não estava cheio, havia lugares. (...) Ao entrar, um homem levantou lá de trás, do último banco, fazendo um sinal para o trocador. Passou em silêncio, pagando a passagem dele e de Maria. Ela reconheceu o homem. Quanto tempo, que saudades! Como era difícil continuar a vida sem ele. (...) Por que não podia ser de uma outra forma? Por que não podiam ser felizes? E o menino, Maria? Como vai o menino? cochichou o homem. Sabe que sinto falta de vocês? (...)
    Ela, ainda sem ouvir direito, adivinhou a fala dele: um abraço, um beijo, um carinho no filho. E, logo após, levantou rápido sacando a arma. Outro lá atrás gritou que era um assalto. Maria estava com muito medo. Não dos assaltantes. Não da morte. Sim da vida. Tinha três filhos. O mais velho, com onze anos, era filho daquele homem que estava ali na frente com uma arma na mão. (...)
    Os assaltantes desceram rápido. Maria olhou saudosa e desesperada para o primeiro. Foi quando uma voz acordou a coragem dos demais. Alguém gritou que aquela puta safada lá da frente conhecia os assaltantes. Maria se assustou. Ela não conhecia assaltante algum. Conhecia o pai de seu primeiro filho. Conhecia o homem que tinha sido dela e que ela ainda amava tanto. Ouviu uma voz: Negra safada, vai ver que estava de coleio com os dois. (...)
    — Calma pessoal! Que loucura é esta? Eu conheço esta mulher de vista. Todos os dias, mais ou menos neste horário, ela toma o ônibus comigo. Está vindo do trabalho, da luta para sustentar os filhos...
     Lincha! Lincha! Lincha! Maria punha sangue pela boca, pelo nariz e pelos ouvidos. (...)
    Tudo foi tão rápido, tão breve, Maria tinha saudades de seu ex-homem. (...) Quando o ônibus esvaziou, quando chegou a polícia, o corpo da mulher estava todo dilacerado, todo pisoteado.
    Maria queria tanto dizer ao filho que o pai havia mandado um abraço, um beijo, um carinho.

EVARISTO, Conceição. Maria. In: Olhos D’Água. Rio de Janeiro: Pallas e Fundação Biblioteca Nacional. 2016. p. 39-42. [Adaptado].
No conto Maria (Texto 1), o fragmento que evidencia a temática acerca da mulher batalhadora é

A) “Por que não podia ser de uma outra forma? Por que não podiam ser felizes? E o menino, Maria? Como vai o menino?”

B) “Todos os dias, mais ou menos neste horário, ela toma o ônibus comigo. Está vindo do trabalho, da luta para sustentar os filhos...”

C) “Os assaltantes desceram rápido. Maria olhou saudosa e desesperada para o primeiro. Foi quando uma voz acordou a coragem dos demais.”

D) “Quando o ônibus esvaziou, quando chegou a polícia, o corpo da mulher estava todo dilacerado, todo pisoteado.”

A B C D E

cód. #3339

UECE-CEV - Português - 2019 - Vestibular - Português 2° Fase

Ao utilizar a palavra pasto no verso “Comida é pasto” (linha 85), a canção empregou a figura de linguagem

A) antítese, porque busca uma definição de comida que contraponha o termo pasto, referente à comida do gado, ao termo alimento, relacionado à refeição do ser humano.

B) metáfora, em virtude da comparação entre as palavras pasto e alimento que apresentam semelhança de sentido: ambas têm o propósito de saciar a fome.

C) hipérbole, por querer reforçar, de forma exagerada, na definição de comida, a ideia de que a vontade do homem faminto é a de se saciar, de forma instintiva, como certos animais que se alimentam de pasto.

D) eufemismo, pois, ao definir o conceito de comida, a intenção é a de tornar mais amena a utilização da palavra pasto por outro termo de expressividade mais forte e agressiva.

A B C D E

cód. #4875

INEP - Português - 2019 - Vestibular - Segundo Semestre



TEXTO 1
Maria

    Maria estava parada há mais de meia hora no ponto do ônibus. Estava cansada de esperar. Se a distância fosse menor, teria ido a pé. Era preciso mesmo ir se acostumando com a caminhada. O preço da passagem estava aumentando tanto! Além do cansaço, a sacola estava pesada. No dia anterior, no domingo, havia tido festa na casa da patroa. Ela levava para casa os restos. (...)
    O ônibus não estava cheio, havia lugares. (...) Ao entrar, um homem levantou lá de trás, do último banco, fazendo um sinal para o trocador. Passou em silêncio, pagando a passagem dele e de Maria. Ela reconheceu o homem. Quanto tempo, que saudades! Como era difícil continuar a vida sem ele. (...) Por que não podia ser de uma outra forma? Por que não podiam ser felizes? E o menino, Maria? Como vai o menino? cochichou o homem. Sabe que sinto falta de vocês? (...)
    Ela, ainda sem ouvir direito, adivinhou a fala dele: um abraço, um beijo, um carinho no filho. E, logo após, levantou rápido sacando a arma. Outro lá atrás gritou que era um assalto. Maria estava com muito medo. Não dos assaltantes. Não da morte. Sim da vida. Tinha três filhos. O mais velho, com onze anos, era filho daquele homem que estava ali na frente com uma arma na mão. (...)
    Os assaltantes desceram rápido. Maria olhou saudosa e desesperada para o primeiro. Foi quando uma voz acordou a coragem dos demais. Alguém gritou que aquela puta safada lá da frente conhecia os assaltantes. Maria se assustou. Ela não conhecia assaltante algum. Conhecia o pai de seu primeiro filho. Conhecia o homem que tinha sido dela e que ela ainda amava tanto. Ouviu uma voz: Negra safada, vai ver que estava de coleio com os dois. (...)
    — Calma pessoal! Que loucura é esta? Eu conheço esta mulher de vista. Todos os dias, mais ou menos neste horário, ela toma o ônibus comigo. Está vindo do trabalho, da luta para sustentar os filhos...
     Lincha! Lincha! Lincha! Maria punha sangue pela boca, pelo nariz e pelos ouvidos. (...)
    Tudo foi tão rápido, tão breve, Maria tinha saudades de seu ex-homem. (...) Quando o ônibus esvaziou, quando chegou a polícia, o corpo da mulher estava todo dilacerado, todo pisoteado.
    Maria queria tanto dizer ao filho que o pai havia mandado um abraço, um beijo, um carinho.

EVARISTO, Conceição. Maria. In: Olhos D’Água. Rio de Janeiro: Pallas e Fundação Biblioteca Nacional. 2016. p. 39-42. [Adaptado].
Maria é o nome da personagem central e o título do Texto 1. Observa-se que a palavra Maria evidencia uma função

A) metonímica, pois a personagem sintetiza as experiências de vida de outras mulheres vítimas de violências.

B) metafórica, dado que a protagonista simboliza uma heroína que vence as lutas contra as mazelas de seu povo.

C) irônica, já que a personagem sofre na pele a violência de seus semelhantes e o descaso governamental.

D) hiperbólica, haja vista que a protagonista ganha tons de exagero em sua trajetória com excessivas desgraças.

A B C D E

cód. #5643

UNIOESTE - Português - 2019 - Vestibular - Inglês


Fonte: Anna Carolina Lementy, O Globo, em 19.07.2019. Coluna “Celina”.


A PARTIR DO TEXTO, RESPONDA À PERGUNTA QUE SEGUE:

A passagem “Estaremos neuroticamente fadados a repetir essa dança durante toda a vida, de maneiras mais ou menos sintomáticas. Mais ou menos sofridas” relaciona-se:

A) ao Instagram e a rede tornar a pessoa mais ansiosa.

B) ao sujeito e ao fato dele se constituir a partir de um olhar externo.

C) aos likes, por estarem escondidos.

D) ao processo de autodepreciação em relação à vida alheia.

E) ao saudoso Fotolog.

A B C D E

cód. #3340

UECE-CEV - Português - 2019 - Vestibular - Português 2° Fase

A respeito do uso das funções da linguagem na canção, assinale a afirmação verdadeira.

A) A função referencial predomina do começo ao fim da canção, pois a intenção principal do texto é informar ao leitor sobre um fato, qual seja: o homem tem necessidades estéticas que precisam ser satisfeitas, além de necessidades físicas.

B) Em razão de o enunciador procurar comover e emocionar o seu interlocutor, apresentando-lhe as injustiças sociais sofridas por não se ter os anseios atendidos, a função emotiva se destaca fortemente na canção.

C) A função poética não tem destaque na canção, porque o enunciador investe pouco na construção estética da mensagem a ser veiculada.

D) A função fática está presente no texto em enunciados como “Você tem sede de quê? Você tem fome de quê? (linhas 86-87; 98-99), em que o enunciador procura simular uma conversa com o leitor.

A B C D E

cód. #4876

INEP - Português - 2019 - Vestibular - Segundo Semestre



TEXTO 1
Maria

    Maria estava parada há mais de meia hora no ponto do ônibus. Estava cansada de esperar. Se a distância fosse menor, teria ido a pé. Era preciso mesmo ir se acostumando com a caminhada. O preço da passagem estava aumentando tanto! Além do cansaço, a sacola estava pesada. No dia anterior, no domingo, havia tido festa na casa da patroa. Ela levava para casa os restos. (...)
    O ônibus não estava cheio, havia lugares. (...) Ao entrar, um homem levantou lá de trás, do último banco, fazendo um sinal para o trocador. Passou em silêncio, pagando a passagem dele e de Maria. Ela reconheceu o homem. Quanto tempo, que saudades! Como era difícil continuar a vida sem ele. (...) Por que não podia ser de uma outra forma? Por que não podiam ser felizes? E o menino, Maria? Como vai o menino? cochichou o homem. Sabe que sinto falta de vocês? (...)
    Ela, ainda sem ouvir direito, adivinhou a fala dele: um abraço, um beijo, um carinho no filho. E, logo após, levantou rápido sacando a arma. Outro lá atrás gritou que era um assalto. Maria estava com muito medo. Não dos assaltantes. Não da morte. Sim da vida. Tinha três filhos. O mais velho, com onze anos, era filho daquele homem que estava ali na frente com uma arma na mão. (...)
    Os assaltantes desceram rápido. Maria olhou saudosa e desesperada para o primeiro. Foi quando uma voz acordou a coragem dos demais. Alguém gritou que aquela puta safada lá da frente conhecia os assaltantes. Maria se assustou. Ela não conhecia assaltante algum. Conhecia o pai de seu primeiro filho. Conhecia o homem que tinha sido dela e que ela ainda amava tanto. Ouviu uma voz: Negra safada, vai ver que estava de coleio com os dois. (...)
    — Calma pessoal! Que loucura é esta? Eu conheço esta mulher de vista. Todos os dias, mais ou menos neste horário, ela toma o ônibus comigo. Está vindo do trabalho, da luta para sustentar os filhos...
     Lincha! Lincha! Lincha! Maria punha sangue pela boca, pelo nariz e pelos ouvidos. (...)
    Tudo foi tão rápido, tão breve, Maria tinha saudades de seu ex-homem. (...) Quando o ônibus esvaziou, quando chegou a polícia, o corpo da mulher estava todo dilacerado, todo pisoteado.
    Maria queria tanto dizer ao filho que o pai havia mandado um abraço, um beijo, um carinho.

EVARISTO, Conceição. Maria. In: Olhos D’Água. Rio de Janeiro: Pallas e Fundação Biblioteca Nacional. 2016. p. 39-42. [Adaptado].
Extraído do livro Olhos D’Agua, de Conceição Evaristo, o Texto 1 encaixa-se no gênero discursivo conto, pois apresenta uma

A) estruturação simples, com enredo pautado em fatos observáveis no cotidiano, com vistas a divertir e levar à reflexão sobre os comportamentos humanos.

B) construção mais compacta, na qual o narrador registra fatos ocorridos no seu dia a dia, buscando registrar suas experiências e os sentimentos por ele vivenciados.

C) configuração material pouco extensa, com esquema temporal-espacial econômico, objetivando construir um enredo em torno de um único conflito.

D) organização mais enxuta, com tempo e lugar imprecisos, visando por em destaque um ensinamento ou uma moral para provocar reflexão social.

A B C D E

cód. #5644

UNIOESTE - Português - 2019 - Vestibular - Inglês


Fonte: Anna Carolina Lementy, O Globo, em 19.07.2019. Coluna “Celina”.


A PARTIR DO TEXTO, RESPONDA À PERGUNTA QUE SEGUE:

Sobre o enunciado “Uma família antecipa a chegada do bebê nas palavras que diz e no que imagina sobre ele. Funda-se algo aí.” é INCORRETO afirmar que ele trata sobre:

A) questões de gênero, especificamente.

B) o papel dos pais em relação aos desejos dos filhos.

C) a expectativa imaginária sobre a chegada de uma criança.

D) a relação psicoemocional entre pais e filhos.

E) a determinção do olhar externo na constituição de quem somos.

A B C D E

cód. #3341

UECE-CEV - Português - 2019 - Vestibular - Português 2° Fase

Considere os seguintes versos da canção: “A gente não quer só comida /A gente quer saída para qualquer parte” (linhas 90-91). É possível reescrever estes versos de diversas maneiras, mantendo a equivalência de sentido, com EXCEÇÃO da forma como está estruturada no seguinte enunciado:

A) A gente não quer só comida porque a gente quer também saída para qualquer parte.

B) Da mesma forma que a gente quer comida, a gente quer também saída para qualquer parte.

C) Além de comida, a gente quer ainda saída para qualquer parte.

D) Não só comida mas também a gente quer saída para qualquer parte.

A B C D E

cód. #5645

UNIOESTE - Português - 2019 - Vestibular - Inglês


Fonte: Anna Carolina Lementy, O Globo, em 19.07.2019. Coluna “Celina”.


A PARTIR DO TEXTO, RESPONDA À PERGUNTA QUE SEGUE:

As sequências de palavras abaixo pertencem ao sexto e sétimo parágrafos do texto e estabelecem entre si relações de sentido, EXCETO em:

A) enganchados, olhados, adivinhados.

B) redes sociais, Instagram, plataforma.

C) externo, alheio, alguém.

D) bebê, recém-nascido, ser que ainda não fala.

E) fiéis leitores, mãe ou um pai, recém-nascido.

A B C D E

cód. #3342

UECE-CEV - Português - 2019 - Vestibular - Português 2° Fase

Ao fazer as perguntas, nos versos da canção “Você tem sede de quê? Você tem fome de quê? (linhas 86-87), o enunciador procura

A) questionar os desejos e anseios do homem que nunca está satisfeito com o que tem.

B) alertar mais para a falta de alimento e de água no país e menos para a ausência de projetos artísticos voltados para a população brasileira.

C) trazer a discussão sobre o direito de o homem satisfazer-se de outras necessidades humanas fundamentais, além daquelas que dão sustento ao seu corpo, como comer e beber.

D) refletir sobre os efeitos na saúde daqueles que só pensam em ganhar dinheiro e se divertir, mas não se alimentam de forma saudável.

A B C D E

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