[...] no tempo em que se passavam os fatos que vamos narrando nada mais havia comum do que ter cada casa um, dois e às vezes mais agregados.
Em certas casas os agregados eram muito úteis, porque a família tirava grande proveito de seus serviços, e já tivemos ocasião de dar exemplo disso quando contamos a história do finado padrinho de Leonardo; outras vezes porém, e estas eram maior número, o agregado, refinado vadio, era uma verdadeira parasita que se prendia à árvore familiar, que lhe participava da seiva sem ajudá-la a dar frutos, e o que é mais ainda, chegava mesmo a dar cabo dela. E o caso é que, apesar de tudo, se na primeira hipótese o esmagavam com o peso de mil exigências, se lhe batiam a cada passo com os favores na cara, se o filho mais velho da casa, por exemplo, o tomava por seu divertimento, e à menor e mais justa queixa saltavam-lhe os pais em cima tomando o partido de seu filho, no segundo aturavam quanto desconcerto havia com paciência de mártir, o agregado tornava-se quase um rei em casa, punha, dispunha, castigava os escravos, ralhava com os filhos, intervinha enfim nos mais particulares negócios. Em qual dos dois casos estava ou viria estar em breve o nosso amigo Leonardo? O leitor que decida pelo que se vai passar.
(Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um Sargento de Milícias, 1994.)
O romance de Manuel Antônio de Almeida aborda costumes da sociedade do Rio de Janeiro do século XIX. Um deles é a presença comum de agregados nas casas. No texto, essa figura é descrita
A) com certa reserva, já que se tratava de uma pessoa que não era bem vista pela família.
B) por dois vieses, conforme a sua relação com a família: ou era útil a esta ou a explorava.
C) de modo divertido, como uma pessoa que surpreendia não raro pelo seu humor e pela sua simpatia.
D) como vítima do sistema, uma vez que a família a explorava, chegando a tratá-la como um escravo.
E) de forma positiva, dado que os laços afetivos estabelecidos com a família eram legítimos.
A) existirem, pode, meu.
B) existissem, poderia, seu.
C) existiam, puderem, meu.
D) existem, poderei, dele.
E) tenham existido, terá podido, seu.
Observe a charge, abaixo, e responda à questão.
Disponível em:<http://anacristinapb.blogspiot.com/2011/07/charge-sobre-educação-e-tecnologia.html>. Acesso em 07 de agosto de 2018.
A) Apresenta-se um discurso de estereótipos raciais.
B) O texto não estabelece relação com questões raciais.
C) A estética das personagens representa questões de gênero e da população negra.
D) Os elementos visuais favorecem a desconstrução de estereótipos raciais e de gênero.
E) Há um cuidado na representação étnico-racial.
A) a oralidade e a escrita são processos totalmente antagônicos e distintos, sem mútua influência ou reciprocidade.
B) a capacidade para escrever, inclusivamente, peças literárias, constitui um dom inato e dispensa a prática cotidiana e persistente.
C) a fala é mais fácil que a escrita, porque dispensa o cuidado com o planejamento e a distribuição metódica das ideias.
D) a oralidade isenta quem está com a palavra de eleger um determinado objetivo para o que vai dizer em seu texto.
E) a produção de um texto escrito independe da prática da autocrítica e da observação cuidadosa do que outros, em outras épocas, escreveram.
O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de escolarização.
Além de medidas que incluem formação de professores e material didático estruturado, o governo cearense acionou um incentivo financeiro: as cidades com resultados melhores recebem fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos.
O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo.
Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São Paulo.
Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de propostas palpáveis.
(“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.)
A) “e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo” (3o parágrafo).
B) “o governo cearense acionou um incentivo financeiro” (2o parágrafo).
C) “O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em alfabetização” (1o parágrafo).
D) “Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em Pernambuco” (4o parágrafo).
E) “essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar” (5o parágrafo).
A) metonímia.
B) hipérbole.
C) eufemismo.
D) personificação.
E) pleonasmo.
Observe a charge, abaixo, e responda à questão.
Disponível em:<http://anacristinapb.blogspiot.com/2011/07/charge-sobre-educação-e-tecnologia.html>. Acesso em 07 de agosto de 2018.
A) O conteúdo não apresenta relação com problemas sociais.
B) O tema central distancia da relação educação e tecnologia para as desigualdades sociais.
C) É discutida a problemática do uso de recursos tecnológicos nas escolas em discrepância com a realidade social de famílias brasileiras.
D) O conteúdo trata sobre a dificuldade de recursos das escolas para a inclusão digital das/os estudantes.
E) O foco é discutir que sem o computador, os estudantes terão dificuldades de aprendizagem.
Se você parar para pensar...
1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”
2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.
3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.
4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)
5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.
(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001. Adaptado)
A) 2 e 3 apenas.
B) 1 apenas.
C) 2 apenas.
D) 3 apenas.
E) 1, 2 e 3
O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de escolarização.
Além de medidas que incluem formação de professores e material didático estruturado, o governo cearense acionou um incentivo financeiro: as cidades com resultados melhores recebem fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos.
O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo.
Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São Paulo.
Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de propostas palpáveis.
(“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.)
A) As cidades com liberdade para destinação dos recursos recebem fatia maior do ICMS, obtendo assim resultados melhores.
B) São Paulo desenvolve projeto de ensino médio que permite ao estudante escolher disciplinas optativas, o qual se replica em Pernambuco.
C) Um dos motivos do êxito é a parceria com os principais encarregados dos primeiros anos de escolarização, isto é, os municípios.
D) Apesar de algumas medidas, como formação de professores e material didático estruturado, o governo cearense acionou um incentivo financeiro.
E) Destaca-se em alfabetização o Ceará devido às restrições de renda da parceria com os municípios.
A) temor.
B) devoção.
C) indiferença.
D) inibição.
E) submissão.
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