Na introdução às ‘Aventuras de Alice no país das maravilhas’, em versão traduzida por Sebastião Uchoa Leite, Lewis Carroll escreve um poema, que finaliza da seguinte forma:
Lá longe, onde os sonhos da infância
Se confundem com lembranças idas,
Tal guirlanda de flores murchas
Em distante terra colhidas.
CARROLL, Lewis. As aventuras de Alice no país das maravilhas. São Paulo: Editora 34, 2016.
A) a estrofe mostra o eu lírico endereçando uma estória a Alice, personagem que irá vivê-la dali para frente, logo que recebê-la das mãos do seu próprio criador.
B) o uso do pronome “se” no início do verso 4 é permitido por se tratar de um texto literário, de criação livre.
C) a expressão “lá longe” mostra que a personagem da estória terá de sair de sua terra natal para conhecer geograficamente o mundo de terras distantes.
D) o vocativo acompanhado de exclamação no primeiro verso revela que a mensagem é endereçada a uma pessoa cuja identificação realizada pelo leitor aproxima-o da personagem.
E) o uso do demonstrativo “essa”, no primeiro verso, mostra que emissor e interlocutor não estão frente a frente um do outro.
A) Não se refere a nenhum elemento em particular;
B) Faz referência ao que vai ser dito;
C) Refere-se a dois elementos anteriormente expressos;
D) Refere-se ao elemento mais próximo;
E) Faz referência ao elemento mais distante.
A) No trecho “o lixo gerado (...) servia como adubo para a agricultura” (1º parágrafo), o verbo, no pretérito mais-que-perfeito, diz respeito a um passado anterior à época da industrialização.
B) Em “será preciso conter o consumo desenfreado” (3º parágrafo), o futuro do presente é utilizado para indicar um comportamento que ainda deve se realizar.
C) Na oração “esse rejeito não retorna ao ciclo natural” (2º parágrafo), o trecho utiliza o pretérito imperfeito para assinalar ação frequente no passado, com relação ao lixo.
D) Em “A sociedade moderna rompeu os ciclos da natureza” (2º parágrafo), o verbo no presente referese a uma atitude que vivenciamos diariamente.
E) Na frase “Não podemos mais encarar todo lixo como ‘resto inútil’” (4º parágrafo), o pretérito perfeito aponta para uma ação que já ficou no passado.
A) A casa em que eu estava hospedado era da minha família desde a década de 1980.
B) O que até hoje ainda deixa meus conterrâneos preocupados é o fato das obras no rio não terem sido sequer iniciadas.
C) As mais antigas referências conhecidas sobre o lugar onde mais tarde viria a ser conhecido como a terra dos homens livres estão em livros guardados na biblioteca municipal.
D) Vieram passar as férias com a avó as duas netas mais novas.
E) Casa de ferreiro espeto de pau.
A) Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.
B) Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso.
C) A propósito de língua, sabe uma coisa, Doutor Sidonho? Eu já me estou a desmulatar.
D) Depois, quando pôde voltar a ser ele mesmo, já tinha aprendido a ter vergonha de seu nome original.
E) O português confessa sentir inveja de não ter duas línguas. E poder usar uma delas para perder o passado. E outra para ludibriar o presente.
A) o lixo, depois de produzido, é um resto inútil, por isso é importante conter o consumo e reciclar os materiais que já estejam em desuso.
B) o lixo é um problema desde antes da industrialização, já que matérias orgânicas como restos de comida e excrementos de animais não recebiam tratamento.
C) a concentração da população nas grandes cidades trouxe o acúmulo de lixo para dentro das casas das pessoas, fazendo crescer montanhas de lixo.
D) o lixo não pode retornar ao ciclo produtivo por ser fonte de contaminação tanto para o meio ambiente como para a população, por causa das doenças.
E) as soluções para o tratamento do lixo passam por uma mudança no perfil de consumo por parte do indivíduo, e na estrutura do ciclo produtivo como um todo.
A) Espero ir a Brasília este ano.
B) A Educação a Distância tornou-se uma opção para estudantes do ensino superior.
C) Resistiu a tentações da paixão.
D) Trabalhou de sol a sol.
E) Havia estilo a Machado de Assis em seus romances.
A) O texto deixa transparecer a saudade da infância, período de alegria e despreocupação;
B) Há, no texto, uma fusão do sujeito no objeto quando apresenta uma nostalgia dos tempos áureos;
C) O texto se caracteriza por apresentar um distanciamento dos problemas sociais;
D) O texto se resume a fazer uma crítica ao preconceito racial sofrido pelos africanos;
E) Há um forte engajamento retratado por um discurso de resistência e de combate à opressão.
A) É este o motivo por quê não vim.
B) Por que não foram ao cinema hoje?
C) Só os pais sabem das dificuldades por que passaram.
D) Fale com eles por que não chegou para a festa.
E) Você sabe por que eu disse aquelas coisas.
A certa personagem desvanecida
Um soneto começo em vosso gabo*:
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo;
A sexta vá também desta maneira:
Na sétima entro já com grã** canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi que vós, Senhor, a mim me honrais
Gabando‐vos a vós, e eu fico um rei.
Nesta vida um soneto já ditei;
Se desta agora escapo, nunca mais:
Louvado seja Deus, que o acabei.
Gregório de Matos
*louvor **grande
Tipo zero
Você é um tipo que não tem tipo
Com todo tipo você se parece
E sendo um tipo que assimila tanto tipo
Passou a ser um tipo que ninguém esquece
Quando você penetra num salão
E se mistura com a multidão
Você se torna um tipo destacado
Desconfiado todo mundo fica
Que o seu tipo não se classifica
Você passa a ser um tipo desclassificado
Eu até hoje nunca vi nenhum
Tipo vulgar tão fora do comum
Que fosse um tipo tão observado
Você ficou agora convencido
Que o seu tipo já está batido
Mas o seu tipo é o tipo do tipo esgotado
Noel Rosa
A) o processo de composição do texto.
B) a própria inferioridade ante o retratado.
C) a singularidade de um caráter nulo.
D) o sublime que se oculta na vulgaridade.
E) a intolerância para com os gênios.
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