Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército que a pisa.
Mas mais frágil fica a bota.
Gonçalo M. Tavares, 1: poemas.
*sesta: repouso após o almoço.
Considerando que se trata de um texto literário, uma interpretação que seja capaz de captar a sua complexidade abordará o poema como
A) uma defesa da natureza.
B) um ataque às forças armadas.
C) uma defesa dos direitos humanos.
D) uma defesa da resistência civil.
E) um ataque à passividade.
A) “Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher.”
B) “Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos.”
C) “Sinhá Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espé- cies, realizou somas e diminuições.”
D) Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à-toa, pedia desculpa.”
E) “No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de Sinhá Vitória, como de costume, dife- riam das do patrão.”
Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão.
(Teoria literária: uma introdução, 1999)
A) o relato narrativo, que explica como determinados fatos aconteceram, produz mais sentidos ao leitor do que as leis científicas.
B) os leitores, que querem soluções práticas para seus problemas, preferem textos não ficcionais.
C) a poesia foi abolida do currículo obrigatório das escolas, o que fez com que se tornasse menos acessível aos leitores.
D) a biografia e a crônica tornaram-se gêneros frequentes no dia a dia, o que fez com que o romance, um gênero semelhante, fosse mais acessível.
E) a valorização da ciência pela sociedade fez com que a poesia perdesse o sentido de realidade que teve em outros tempos.
A) I e II apenas.
B) I e III apenas.
C) II e III apenas.
D) I, II e III.
amora
a palavra amora
seria talvez menos doce
e um pouco menos vermelha
se não trouxesse em seu corpo
(como um velado esplendor)
a memória da palavra amor
a palavra amargo
seria talvez mais doce
e um pouco menos acerba
se não trouxesse em seu corpo
(como uma sombra a espreitar)
a memória da palavra amar
Marco Catalão, Sob a face neutra.
A) a palavra “amora” é substantivo, e “amargo”, adjetivo.
B) o verbo “amar” ameniza o amargor da palavra “amargo”.
C) o substantivo “corpo” apresenta sentido denotativo.
D) o substantivo “amor” intensifica o dulçor da palavra “amora”.
E) o verbo “amar” e o substantivo “amor” são intercambiáveis.
Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:
Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.
(A moreninha, 1997.)
A) porque ele disso se desgosta.
B) desde que ele disso se desgoste.
C) logo que ele disso se desgoste.
D) já que ele disso se desgosta.
E) a fim de que ele disso se desgoste.
A) “Vejo-o puro / e afável ao paladar / como beijo de moça, água / na pele, flor que se dissolve na boca” (linhas 145-149).
B) “Este açúcar veio / da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, / dono da mercearia” (linhas 151-154).
C) “Em usinas escuras, / homens de vida amarga / e dura / produziram este açúcar / branco e puro / com que adoço meu café esta manhã em Ipanema” (linhas 170-176).
D) “Este açúcar era cana / e veio dos canaviais extensos / que não nascem por acaso / no regaço do vale” (linhas 159-162).
amora
a palavra amora
seria talvez menos doce
e um pouco menos vermelha
se não trouxesse em seu corpo
(como um velado esplendor)
a memória da palavra amor
a palavra amargo
seria talvez mais doce
e um pouco menos acerba
se não trouxesse em seu corpo
(como uma sombra a espreitar)
a memória da palavra amar
Marco Catalão, Sob a face neutra.
A) aborda o tema da memória, considerada uma faculdade que torna o ser humano menos amargo e sombrio.
B) enfoca a hesitação do eu lírico diante das palavras, o que vem expresso pela repetição da palavra “talvez”.
C) apresenta natureza romântica, sendo as palavras “amora” e “amargo” metáforas do sentimento amoroso.
D) possui reiterações sonoras que resultam em uma tensão inusitada entre os termos “amor” e “amar”.
E) ressalta os significados das palavras tal como se verificam no seu uso mais corrente.
A) ter dificuldades comunicativas com Sinhá Vitória;
B) não receber seu salário como deveria;
C) não conseguir realizar seu trabalho;
D) não conseguir vender os animais para quem gostaria;
E) não ter um local para criar seus animais;
A) “[...] sendo este a quarta maior causa de morte em todo o mundo.” (1º§)
B) “[...] constitui atualmente um sério problema de saúde pública, [...]” (3º§)
C) “[...] uma substância psicoativa que afeta a função e neurotransmissão cerebral, [...]” (1º§)
D) “[...] chegam também as atividades ao ar livre, as festas regionais e os festivais de música, [...]” (2º§)
{TITLE}